África do Sul deslocará Exército para conter onda de xenofobia
Segundo o Ministério da Defesa sul-africano, decisão precisou ser tomada porque a situação evoluiu para uma 'emergência'
A rede britânica BBC reportou que as primeiras tropas foram enviadas para Alexandra, município pobre localizado ao norte de Johanesburgo. Outros contingentes militares também serão deslocados para a província costeira de KwaZulu-Natal e para a província de Gauteng, conhecida pela importância econômica e onde fica Johanesburgo. A cidade já havia sido ocupada militarmente em 2008, quando 63 pessoas foram mortas em crimes de cunho xenofóbico.
Vídeo: Repórter é assaltado em frente às câmeras na África do Sul
Após a morte de seis pessoas em decorrência dos ataques xenofóbicos, o rei Zwelithini disse que não incitou a população contra os imigrantes e acusou a imprensa de ter interpretado suas declarações erroneamente. "Se eu tivesse dito que os estrangeiros deveriam ir embora, esse país estaria em chamas", afirmou. Um protesto foi organizado nesta terça-feira para exigir uma desculpa formal do monarca zulu. Os manifestantes deram um ultimato de 48 horas para que Zuma obrigue Zwelithini a se retratar. Caso contrário, os descontentes prometem boicotar a economia sul-africana.
Manifestantes também se reuniram para pedir Justiça pelas vítimas. Quatro pessoas acusadas de assassinar um homem de nacionalidade moçambicana compareceram a uma audiência criminal. O tribunal decidiu que eles permanecerão presos durante todo o julgamento.
Mais de 900 imigrantes já foram repatriados por seus países de origem desde o início da onde de crimes. Dados oficiais sugerem que aproximadamente dois milhões de estrangeiros vivem atualmente na África do Sul, o que equivale a 4% da população total. A rede BBC, no entanto, aponta que alguns levantamentos colocam o número na casa dos cinco milhões.
Comentários
Postar um comentário