Pressão dos EUA não vai libertar opositor, diz Maduro
Presidente diz que Venezuela é 'país livre' e que Leopoldo López não será solto ainda que o governo americano pressione o país com sanções
Leopoldo López, opositor do governo venezuelano, fotografado na prisão de Ramo Verde (Cortesia Runrun.
Leopoldo López, uma das vozes da oposição venezuelana, foi encarcerado pelo governo em fevereiro deste ano, em meio à onda de protestos contra Maduro. Desde então, o dirigente do partido Vontade Popular é mantido em um cárcere militar, e responde a uma série de acusações, incluindo incitação à violência.
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A fala de Maduro, durante um ato do governo em Caracas, nesta quinta, relacionou a prisão de López à aprovação no Congresso americano de sanções contra funcionários do governo por violações aos direitos humanos e repressão a manifestantes no país.
O presidente Obama deverá assinar a lei, segundo o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest: “nós não ficamos e não vamos ficar em silêncio diante das ações do governo venezuelano que violam direitos humanos e liberdades fundamentais e desviam o país das normas democráticas bem estabelecidas”.
As sanções previstas no texto aprovado pelo Senado e pela Câmara dos Deputados dos Estados Unidos são o congelamento de ativos e a não emissão de vistos americanos a integrantes do governo vinculados à dura repressão às manifestações deste ano, que resultou em mortes, prisões arbitrárias e tortura de presos.
O caso de López foi especificamente citado por Obama durante um evento da Iniciativa Global Clinton, em setembro. O democrata fez um apelo pela libertação do opositor: “Desde a Rússia até a China e a Venezuela, vê-se uma repressão implacável, a dissidência legítima é pintada como algo subversivo”, disse o presidente americano na ocasião. “Solidarizamo-nos com os que estão detidos neste momento. Na Venezuela, Leopoldo López, no Burundi, Pierre-Claver Mbonimpa, no Egito, Ahmed Maher, na China, Liu Xiabo e agora Ilham Tohti, no Vietnã, o padre Ly, e tantos outros”, enumerou Obama.
A ONU também já exigiu da Venezuela a libertação de López, sendo ignorada pelo governo de Nicolás Maduro. Para o venezuelano, o importante é o apoio dos aliados regionais, como ele deixou claro ao ler um comunicado da Aliança Bolivariana para os Povos da América, uma associação de amigos criada por seu antecessor, o coronel Hugo Chávez. “Os países da Alba reiteram firmemente sua rejeição a qualquer agressão, seja de tipo legal, econômica ou política contra a República Bolivariana da Venezuela que constitui uma violação do direito internacional, assim como contra qualquer dos países-membros da Alba”.
(Com agência EFE)
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