Parentes de vítimas de massacre processam fabricante de armas
Ação argumenta que fuzil AR-15 usado por atirador em Newtown não deveria ser vendido para civis por se tratar de uma arma de guerra
Imagens das vítimas do tiroteio na escola Sandy Hook em Newtown, Connecticut (Reuters/)
Os parentes querem que a empresa Bushmaster e sua controladora, a Remington Outdoor Co., respondam por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). A principal linha de argumentação é que a arma usada pelo atirador, um fuzil Bushmaster modelo XM15-E2S, popularmente conhecido como AR-15, não deveria ser vendida ao público em geral por se tratar de uma arma de guerra. O fuzil foi comprado legalmente pela mãe de Lanza, Nancy.
Além da fabricante, o grupo também está processando a distribuidora Camfour e a Riverview Gun Sales, a loja que vendeu o fuzil. "Existe uma gama enorme de evidências que demonstram a falta de habilidade de civis para controlar esse tipo de arma. (...) Quantos massacres devem ocorrer para que isso seja aceito?", disse Joshua Koskoff, o advogado que representa as famílias e o sobrevivente.
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De acordo com o Wall Street Journal, uma lei federal de 2005 tornou praticamente impossível responsabilizar fabricantes de armas, mas as famílias buscam uma brecha alegando que houve negligência na entrega de um objeto para uma pessoa. Essa linha costuma ser usada em processos envolvendo acidentes de trânsito, quando, por exemplo, uma pessoa empresta um veículo a alguém que não está apto a dirigi-lo.
As empresas citadas ainda não comentaram o caso. Em 2013, o chefe-executivo da Remington escreveu um artigo em que afirmou que apenas Lanza – e não a arma – deveria ser apontado como o culpado pelo massacre. "É muito fácil culpar um objeto inanimado. Qualquer instrumento que cair nas mãos erradas pode ser usado para o mal", afirmou o executivo.
Apesar de o processo também pedir uma indenização pelas mortes, as famílias ressaltam que a motivação principal é tirar os fuzis AR-15 do mercado. "Não importa o que aconteça, pelo menos tentamos", disse Victoria Soto, irmã de Julia, uma das funcionárias mortas no massacre.
Desde o ataque, familiares de algumas das vítimas se tornaram saíram em defesa de leis que controlem a venda de armas, tanto no Congresso americano como nos Estados.
O ataque ocorreu no dia 14 de dezembro de 2012. Na ocasião, o jovem Lanza, de 20 anos de idade, matou em sua casa a própria mãe, depois foi até a escola e abriu fogo contra alunos - que tinham entre seis e sete anos de idade - e funcionários. Quando a polícia foi acionada, Lanza se suicidou
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