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Congresso dos EUA aprova sanções contra a Venezuela

Votação envia 'forte sinal' a Caracas, afirma deputada republicana. Medidas vão atingir funcionários acusados de violações dos direitos humanos durante protestos contra o governo de Nicolás Maduro

O Congresso dos Estados Unidos finalizou o processo de aprovação de um projeto que impõe sanções contra funcionários do governo da Venezuela por violações dos direitos humanos durante as manifestações do início deste ano.
Na noite desta quarta, a Câmara dos Deputados votou a proposta, que já havia passado pelo Senado na segunda-feira. O texto proíbe a entrada nos Estados Unidos dos responsáveis pela repressão aos manifestantes e bloqueia seus bens no território americano. O projeto agora segue para sanção do presidente Barack Obama, que deve assinar o texto, como sinalizou a Casa Branca.
A votação envia aos venezuelanos um "forte sinal" de que "o Congresso americano escuta, vê e sente seu sofrimento", disse a deputada republicana Ileana Ros-Lehtinen, que apresentou o projeto à Câmara. “O povo da Venezuela pediu ajuda aos Estados Unidos e a todas as nações responsáveis para protegê-lo da brutalidade do regime de [Nicolás] Maduro, a marionete de Cuba”, salientou, conforme declaração reproduzida pelo jornal espanhol El País. “Os Estados Unidos não podem ignorar suas responsabilidades, devemos ser a voz dos silenciados pelos regimes opressões”.
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O senador Robert Menéndez, que promoveu a lei no Senado, também fez duras críticas à postura do governo durante a onda de protestos no país. “Os indivíduos por trás das violações dos direitos humanos na Venezuela não poderão seguir se escondendo e serão responsabilizados".
Maduro, é claro, esbravejou contra o avanço do Congresso americano. Ele afirmou que os Estados Unidos querem “desafiar a Venezuela com sanções e ameaças”. Em sua leitura da situação, o presidente acredita que as sanções provocam “indignação e repúdio” no povo venezuelano. “Não aceitamos sanções imperialistas, vocês devem aprender a respeitar a pátria de Bolívar”, disse esta semana.
Os protestos contra os problemas econômicos, a criminalidade e a falta de liberdades no país levaram os venezuelanos às ruas entre fevereiro e maio deste ano. A repressão ocorreu por meio de detenções sem acusações, torturas nas prisões, e assassinatos de manifestantes por milícias chavistas. O discurso oficial, no entanto, é o de que grupos de direita apoiados pelos Estados Unidos promoveram as manifestações “golpistas”.
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Em várias ocasiões os Estados Unidos consideraram inoportunas a imposição de sanções contra o governo venezuelano, mas os esforços falidos de aliados latino-americanos para diminuir as tensões entre opositores e oficialistas fizeram com que Barack Obama mudasse de opinião. Em agosto, o Departamento de Estado negou o visto a 24 funcionários venezuelanos envolvidos em violações dos direitos humanos durante os protestos.
Caracas e Washington mantêm relações diplomáticas tensas desde a chegada ao poder do presidente Hugo Chávez, morto no ano passado. Mesmo assim, os Estados Unidos seguem como o principal comprador do petróleo venezuelano.
(Com agência France-Presse)

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