Petrobras vale hoje menos do que antes do pré-sal
Prejudicada por denúncias de corrupção e petróleo mais barato, estatal perdeu R$ 610 bilhões na Bolsa desde maio de 2008, quando atingiu o seu auge
Estatal passou a valer R$ 127 bilhões, segundo dados compilados pela consultoria Economática
No auge da cotação da empresa, em 21 de maio de 2008, seu valor a preços de hoje era de 737 bilhões de reais, já considerando a inflação. De lá para cá, queimou-se no mercado 610 bilhões de reais. Na sexta-feira, a estatal passou a valer 127 bilhões de reais, segundo dados compilados pela consultoria Economática. Para se ter uma ideia da dinheirama, é como se a companhia tivesse perdido toda a produção anual de Portugal. Ou quatro vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do Uruguai.
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Toda essa perda não se deve apenas ao inferno astral do momento. Os prejuízos começaram logo em 2008, por causa da crise financeira global. No ano passado, a Petrobras teve outra grande perda porque, sob influência do governo, não reajustou os preços da gasolina para não pressionar a inflação. Em 2014, a cotação estava começando a se recuperar, quando as notícias de corrupção atingiram a empresa.
No caso das ações da Petrobras, não há quem arrisque dizer se o papel está caro ou barato. São muitas as incertezas em relação à empresa, que ainda podem jogar os preços mais para baixo. Não se sabe, por exemplo, o impacto no balanço da companhia quando reconhecer – se reconhecer – as propinas pagas e denunciadas por ex-diretores. Nem sequer o balanço auditado do terceiro trimestre foi publicado e, se isso não for feito até 31 de janeiro, alguns bilhões em dívidas terão de ser pagos antecipadamente
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