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Em discurso, Putin acusa o Ocidente de ter provocado crise na Ucrânia

Presidente anunciou plano para diminuir impacto das sanções econômicas

Vladimir Putin durante o discurso do estado da nação
Vladimir Putin durante o discurso do estado da nação (Reuters/)
Em tom de desafio, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou nesta quinta-feira o Ocidente de ter provocado a crise na Ucrânia e de ter aplicado sanções contra Moscou somente para enfraquecer os russos no cenário mundial. "Sempre que alguém acredita que a Rússia se tornou muito forte e independente, aplicam imediatamente este tipo de medidas", disse Putin em discurso que é proferido anualmente a parlamentares e autoridades do alto escalão russo.
O presidente disse ainda que as sanções do Ocidente seriam adotadas independentemente da situação na Ucrânia, onde a Rússia anexou uma parte do território e continua a apoiar e financiar rebeldes separatistas no leste do país. "(Eles) teriam inventado outra coisa para conter as oportunidades crescentes da Rússia", disse. "Esta maneira de proceder não data de ontem"
O discurso de Putin sugere que Moscou não tem intenção de recuar apesar das sanções que, junto com a forte queda nos preços do petróleo desde meados do ano, estão levando a economia russa a um estado de recessão.
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Apesar da situação, Putin afirmou que tem nenhuma intenção de romper as relações com a Europa e os Estados Unidos. "Não pensamos em nenhum caso em romper nossas relações com a Europa e os Estados Unidos. Mas, ao mesmo tempo, restabeleceremos e ampliaremos nossos vínculos tradicionais com o continente sul-americano, seguiremos cooperando com a África e com os países do Oriente Médio", afirmou.
Putin também defendeu a anexação por Moscou da região ucraniana da Crimeia, ocorrida em março, descrevendo a península como um lugar sagrado de importância histórica para os russos. "Nosso povo vive na Crimeia e o território em si é estrategicamente importante. É um lugar sagrado para os russos assim como Monte do Templo é sagrado para os judeus", disse.
Sobre a economia russa, que poderá entrar em recessão no ano que vem, segundo projeções divulgadas em Moscou esta semana, Putin disse que o governo vai tomar medidas para diminuir regulamentos excessivos que prejudicam os negócios. Ele também defendeu uma redução nos gastos do governo e o controle mais rígido das despesas de estatais russas.
Ele comentou ainda que o rublo, que já perdeu cerca de 40% de seu valor frente do dólar desde o começo do ano, foi vítima de um "ataque especulativo" e pediu ao banco central russo que adote duras medidas para evitar que a moeda russa continue se desvalorizando.
"As autoridades sabem quem são os especuladores e têm as ferramentas para influenciá-los. Chegou a hora de usar essas ferramentas", afirmou o presidente russo.
Ao mesmo tempo, o presidente russo propôs uma anistia para quem repatriar o dinheiro à Rússia. As sanções econômicas ocidentais provocaram uma fuga de capitais que deve alcançar 125 bilhões de dólares.

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