Pular para o conteúdo principal

Em nova doutrina militar, Putin vê risco em expansão da Otan

Documento é publicado dias depois de a Ucrânia dar mais um passo para se juntar à aliança militar, aumentando as tensões com a Rússia

Em Moscou, o presidente russo, Vladimir Putin, disse em seu discurso anual que a economia do país sairá da atual crise econômica dentro dois anos no pior caso
O presidente da Rússia, Vladimir Putin (Sergei Chirikov/)
A expansão da Otan é um dos maiores fatores de riscos externos para a Rússia, segundo a nova doutrina militar do país. A publicação do documento assinado por Vladimir Putin ocorre dias depois de a Ucrânia avançar no processo para se juntar à aliança militar do Atlântico.
A doutrina militar anterior, assinada por Putin em 2010, também alertava para os riscos da expansão da Otan, mas o documento é renovado em um momento de tensões elevadas entre a Rússia e o Ocidente, devido à crise na Ucrânia.
Nesta semana, o Kremlin afirmou que a Otan estava deixando a país vizinho em uma "linha de frente de confronto" e ameaçou cortar os laços ainda existentes se os planos da Ucrânia de ingressar na aliança forem concretizados.
Leia também:
Ucrânia suspende trens e corta energia para a Crimeia
Putin manifesta apoio a Kim Jong-un e ataca comédia
A Otan já aumentou sua presença militar no leste da Europa este ano, diante da interferência de Moscou no leste da Ucrânia, dominado por separatistas pró-Rússia. Enquanto tenta retomar o controle da região, o governo ucraniano, pró-Europa, também demonstra disposição para tornar-se integrante da aliança.
Na terça-feira, o Parlamento de Kiev retirou o status de neutralidade do país em busca da adesão. É provável que ainda leve anos para a Ucrânia atender aos critérios técnicos para entrar para a Otan, mas a aliança respeitou a decisão do Parlamento e afirmou que a Rússia deveria fazer o mesmo.
“Se a Ucrânia decidir se candidatar a um lugar na Otan, a iniciativa será analisada da mesma forma que faria com qualquer candidato. Esta é uma questão entre a Otan e os países que desejam se tornar membros”, disse um representante da aliança.
Troca de prisioneiros – Depois que uma reunião para negociar a paz no leste da Ucrânia foi cancelada, pelo menos a troca de prisioneiros entre o país e os separatistas pró-Rússia começou. A libertação de prisioneiros foi pactuada na última semana, em uma reunião em Minsk, na Bielo-Rússia.
Esta primeira troca – realizada na cidade de Kostiantinivka, 65 km ao norte do reduto rebelde de Donetsk – começou com grupos de dez prisioneiros de um total de 222 separatistas e 145 soldados ucranianos que deveriam ser soltos nesta sexta.
Leia mais:
Comando ucraniano afirma que rebeldes não estão respeitando trégua

Em discurso, Putin acusa o Ocidente de ter provocado crise na Ucrânia
Vários representantes da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) observaram a operação, realizada em uma estrada iluminada apenas pelos faróis de alguns carros.
A troca de prisioneiros foi o único acordo resultante de um encontro realizado na última quarta-feira entre representantes de Kiev, de Moscou, da OSCE e dos separatistas. As negociações deveriam ter prosseguido nesta sexta-feira.
As conversas foram travadas por exigências como a retomada do financiamento às regiões em poder dos separatistas, cortado por Kiev em meados de novembro. Os rebeldes exigem também um “estatuto especial", que dê maior autonomia às regiões de Donetsk e Lugansk.
O estatuto já estava previsto nos acordos assinados em setembro, em Minsk. Mas, segundo Kiev e os ocidentais, os rebeldes minaram estes acordos, ao organizar eleições no começo de novembro, um pleito considerado ilegítimo pela comunidade internacional e pelo governo ucraniano.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular