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Juiz aceita denúncia contra executivos da Galvão Engenharia

Número de réus da Lava Jato chega a 19; além de executivos, responderão a ações penais o doleiro Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa

 
O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, aceitou nesta segunda-feira denúncia contra mais quatro executivos suspeitos de participar do escândalo do petrolão e transformou em réus o diretor-presidente da Galvão Engenharia, Jean Alberto Luscher Castro, o diretor de Negócios da empreiteira, Erton Medeiros Fonseca e os executivos Dario de Queiroz Galvão Filho e Eduardo de Queiroz Galvão. Na mesma denúncia, o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa e o laranja de Youssef, Waldomiro de Oliveira também se tornaram réus. Agora, já são 19 réus que responderão pelo propinoduto montado para sangrar os cofres da Petrobras.
Ao analisar o caso, Moro, que já havia determinado abertura de ação penal contra executivos da OAS também nesta segunda-feira, afirma que as investigações apontaram que o doleiro Alberto Youssef “dirigia verdadeiro escritório dedicado à lavagem de dinheiro” e que utilizava seus serviços também para limpar os recursos desviados da Petrobras – que, no futuro, seriam utilizados para pagamento de propina a empregados da estatal e indicadas pelo ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa. “Para viabilizar o esquema criminoso, valores obtidos com os crimes de cartel e licitatórios foram submetidos a lavagem de dinheiro por Alberto Youssef e por outros profissionais da lavagem, para posterior pagamento aos empregados de alto escalão da Petrobras”, diz o juiz.

Em VEJA: Petrolão: políticos recebiam a propina em domicílio
No caso da Galvão Engenharia, as investigações dão conta de que a empresa teria pago propina de pelo menos 1% do valor dos contratos para conquistar obras como as do Terminal da Ilha D'Água (RJ), da Refinaria de Paulínea (SP), a Refinaria Landulpho Alves e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Em outubro de 2010, por exemplo, a Galvão Engenharia fechou um contrato com a empresa de fachada MO Consultoria, controlada por Alberto Youssef, e depositou cerca de 1,2 milhão de reais. Aproximadamente dois meses depois, a empreiteira celebrou outro contrato fictício com a empresa do doleiro para lavar dinheiro e acobertar o real motivo da transação.
Preso na sétima fase da Operação Lava Jato, o diretor da Divisão de Engenharia Industrial da empresa Galvão Engenharia, Erton Medeiros Fonseca, chegou a afirmar à Justiça que a empreiteira pagou 8,8 milhões de reais, de 2010 a 2014, em propina para um emissário da diretoria de Serviços da Petrobras, comandada por Renato Duque, indicado pelo PT para o cargo. No processo resultante da operação Lava Jato, a defesa de Erton Fonseca enviou notas fiscais e tabelas que, segundo o empreiteiro, comprovam a cobrança e o pagamento de propina. Ele afirma que “a Galvão Engenharia foi impingida a pagar à empresa LFSN Consultoria Engenharia entre os anos de 2010 e 2014, por determinação de Shinko Nakandakari”. O último repasse, segundo os comprovantes anexados pela empreiteira ao inquérito, são de junho deste ano, quando a Lava Jato já havia sido deflagrada.​

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