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'Brasil tem de mudar rápido', defende Levy

Em entrevista ao jornal 'Valor Econômico', o futuro ministro da Fazenda reforçou a necessidade de aperto fiscal e mudanças na política de crédito

Joaquim Levy será o novo ministro da Fazenda
Joaquim Levy será o novo ministro da Fazenda a partir de 2015 (EFE)
O futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, acredita que o Brasil precisa rapidamente de mudanças em sua política econômica, de modo a acompanhar o ritmo mundial. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, publicada nesta segunda-feira, ele cita as transformações ocorridas nos últimos anos nos governos americano e chinês em direção à retirada de estímulos fiscais e monetários. "Olhando para onde vão as duas grandes economias do mundo, o Brasil tem de mudar rápido", disse. Essas mudanças nos EUA e na China devem impactar o Brasil diretamente, com a diminuição de investimentos estrangeiros e o desequilíbrio da balança de pagamentos, especialmente pela queda do preço das commodities. Assim, ele defende o aumento da poupança, cuidado com expansão de crédito e a reorientação fiscal.
Levy não quis adiantar os pontos de seu novo programa, a ser anunciado ano que vem, mas disse que, com o ajuste fiscal, o primário (economia para pagamento de juros da dívida pública) passará de 10 bilhões em 2014 para 66 bilhões em 2015. "Considerando outras pressões como subsídios que terão de diminuir, o esforço será um pouco maior", sem cravar que o ajuste fiscal baterá a casa de 100 bilhões de reais. A 'reorientação fiscal', como ele chama, deixou de ser uma opção e passou a ser uma necessidade diante do quadro alarmante das contas públicas.
Nesta segunda, o Banco Central divulgou um rombo de 19,6 bilhões de reais para o setor público (Governo Central, Estados, municípios e empresas estatais) no acumulado do ano até novembro. Essa foi a primeira vez desde o início da série histórica do BC, há 12 anos, que as contas do setor público registraram um déficit nos 11 primeiros meses de um ano. Ele foi firme ao dizer que a expansão fiscal vista claramente no primeiro mandato do governo de Dilma Rousseff "não tem aderência com a realidade" e não deve continuar.
Ele cita como exemplo de mudança na questão fiscal as tarifas de energia elétrica. A partir de 2015 é o consumidor, via reajustes na conta de luz, que bancará os altos custos das usinas térmicas. A Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que até agora vinha cobrindo o rombo nas contas das empresas de energia, será incorporada novamente nas tarifas.
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O novo indicado para ocupar o cargo máximo da equipe econômica também defendeu uma maior abertura comercial do Brasil, desde que não cause prejuízo à demanda interna. "É realmente indispensável expandir o perímetro da nossa economia." Neste assunto, o governo poderá diminuir as barreiras comerciais, facilitando a concorrência e a abertura. "Se o governo seguir uma política macroeconômica equilibrada, expandir alguns mecanismos, como a simplificação que a Receita vem promovendo, e tiver sucesso em ações de Estado como, por exemplo, tratados de comércio, os resultados positivos aparecem", afirmou.
Crédito - Levy também comentou na entrevista sobre a necessidade de mudanças na política de crédito, com convergência de taxas de créditos público e privados, além do uso mais eficiente de recursos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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