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Colômbia nega ter feito concessões às Farc para retomar diálogo

Opositor Uribe listou condições do grupo para voltar às negociações. Chefe da delegação do governo diz que informações sobre exigências são 'falsas'

Humberto de la Calle, chefe da delegação do governo colombiano nas negociações de paz com as Farc
Humberto de la Calle, chefe da delegação do governo colombiano nas negociações de paz com as Farc (/EFE)
O governo colombiano não fez concessões às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) para retomar as negociações de paz, afirmou nesta quarta-feira o chefe da delegação do governo, Humberto de la Calle. Ele ressaltou que não houve “concessões obscuras e inaceitáveis ou supostos compromissos exigidos pelas Farc para reiniciar as conversas". “Isso não foi sequer levantado pelas Farc e, de qualquer maneira, se tivesse sido, não teríamos aceitado", acrescentou.
A preocupação do negociador colombiano era rebater afirmações feitas pelo senador opositor e ex-presidente Álvaro Uribe de que o grupo narcoguerrilheiro havia apresentado uma série de exigências para retomar o diálogo de paz, interrompido no mês passado, depois de as Farc terem sequestrado um general. Entre as exigências citadas por Uribe estão a reparação econômica aos familiares dos narcoguerrilheiros mortos pelas forças militares, a destinação de uma bolsa de 1,8 milhão de pesos bolivianos (cerca de 2.000 reais) para “guerrilheiros rasos”, durante cinco anos, “enquanto se preparam profissionalmente e se adaptam à vida civil”, o arquivamento das investigações contra membros do grupo terrorista, a libertação incondicional de presos e participação nos ganhos do petróleo para financiar sua participação política.
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De la Calle disse que as delegações estão prontas para um “debate sério, fundamentado, baseado em fatos, não em especulações”. “Temos que rechaçar informações falsas, carentes de verdade, cujo único objetivo é afetar os diálogos”. As Farc não mencionaram o episódio que desencadeou a suspensão das conversas, mas De La Calle indicou que as duas partes chegaram a um mecanismo por meio dos países garantidores das negociações “para evitar crises futuras". Além de Cuba e Noruega, o Chile e a Venezuela acompanham o processo de paz.
O general Rubén Darío Alzate, um suboficial e uma advogada foram feitos reféns em meados de novembro e posteriormente entregues pelas Farc ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha e a representantes dos países garantidores.
Para a próxima semana está prevista a quinta e última audiência sobre as vítimas do conflito, um dos temas da agenda de negociações. Ainda sem apresentar resultados concretos e contando com a desconfiança da população colombiana de que a paz poderá ser alcançada, as partes chegaram até agora a acordos parciais em três pontos de uma agenda previamente estabelecida: disputas de terras, participação política e combate ao narcotráfico.
(Com Estadão Conteúdo)

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