A contragosto, Dilma já sonda nomes para substituir Graça
Presidente resiste à ideia, mas novas revelações de ex-gerente e provável rebaixamento da nota da estatal deixam demissão cada vez mais perto
Graça Foster e Dilma Rousseff, em Brasília (Reuters/VEJA)
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Amiga de Graça, Dilma tem poupado o quanto pode a presidente da Petrobras. Na semana passada, o governo fez uma força-tarefa para blindar Graça Foster. Após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ter feito um pedido público pela demissão da cúpula da Petrobras, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se apressou para sair em defesa da atual diretoria da estatal e disse que nem a presidente da companhia nem os atuais diretores da empresa deixarão seus cargos. Três dias depois, contudo, o jornal Valor Econômico revelou que Graça foi alertada sobre os desvios na estatal por Venina Velosa da Fonseca, ex-gerente da diretoria de Abastecimento comandada por Paulo Roberto Costa.
Em nota enviada nesta terça-feira, a Petrobras afirma que Graça apenas foi avisada dos desmandos na estatal em novembro deste ano. E que os avisos anteriores "não explicitaram irregularidades relacionadas à RNEST, à área de Comunicação do Abastecimento e à área de comercialização de combustível de navio (bunker)". "Os temas supracitados foram apenas levados ao conhecimento da Presidente através de email recente, de 20/11/2014, quando a empregada já havia sido destituída de sua função gerencial. Nesta data, as irregularidades na Comunicação do Abastecimento e na RNEST já haviam sido objeto de averiguação em Comissões Internas de Apuração, bem como as irregularidades da área de comercialização de combustível de navio (bunker) em Grupos de Trabalho. A Presidente respondeu à empregada Venina Velosa Fonseca, no dia 21/11/2014, informando que estava encaminhando o assunto ao Diretor José Carlos Cosenza e ao Jurídico da Petrobras para averiguação e adoção das medidas cabíveis", diz o texto da estatal.
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Além de temer novas revelações de Venina, Dilma terá dificuldade de manter Graça no cargo diante da iminente perda de grau de investimento da estatal. Define uma fonte do governo ao jornal O Globo: "O tempo de Graça já acabou e ela própria percebeu isso. A diretoria da Petrobras não tem mais credibilidade com o mercado. A presidente pode estar conseguindo mantê-la apesar dos problemas políticos, mas, com os desdobramentos econômicos que ainda virão, será difícil".
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