FHC rebate Lula e lamenta campanha em 'níveis tão baixos'
José Roberto Castro - Agência Estado
16 Junho 2014 | 09h 38
'Não era preciso vestir a carapuça', afirmou ex-presidente ao petista que, após críticas ao PT na convenção do PSDB, acusou tucano de comprar voto para se reeleger
São Paulo - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) respondeu, em nota publicada nesta segunda-feira, 16, as acusações feitas pelo também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que houve compra de votos para aprovação da emenda da reeleição, em 1996. Segundo o tucano, a acusação é uma "falsidade" que "ninguém teve a coragem de levar à Justiça".
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A troca de farpas teria começado no sábado, quando Fernando Henrique defendeu o combate à corrupção em discurso na convenção do PSDB que lançou a candidatura do senador Aécio Neves. Nesse domingo, em discurso durante a convenção estadual do PT em São Paulo, Lula acusou seu antecessor de agir com "desfaçatez". "Na convenção deles vi o ex-presidente falar com a maior desfaçatez 'é preciso acabar com a corrupção'. Ele devia dizer quem é que estabeleceu promiscuidade entre Executivo e Congresso Nacional quando ele começou a comprar voto para ser aprovada a reeleição em 1996", afirmou Lula.
FHC se defende dizendo que, quando disse que "queria ver os corruptos longe", não acusou ninguém. "Não era preciso vestir a carapuça. A acusação de compra de votos na emenda da reeleição não se sustenta: ninguém teve a coragem de levar essa falsidade à Justiça", escreveu o tucano. O presidente de honra do PSDB disse ainda que lamenta que Lula "tenha levado a campanha eleitoral para níveis tão baixos".
Leia a íntegra da nota divulgada por Fernando Henrique em seu Facebook:
"Lamento que o ex-presidente Lula tenha levado a campanha eleitoral para níveis tão baixos. Na convenção do PSDB não acusei ninguém; disse que queria ver os corruptos longe de nós. Não era preciso vestir a carapuça. A acusação de compra de votos na emenda da reeleição não se sustenta: ninguém teve a coragem de levar essa falsidade à Justiça.
Não é verdade que a oposição pretendesse derrubar o presidente Lula em 2005. Na ocasião, pedimos justiça para quem havia usado recursos públicos e privados na compra de apoios no Congresso, o que foi feito pelo Supremo Tribunal Federal.
Apelo às lideranças responsáveis, do governo e da oposição, para que a campanha eleitoral se concentre na discussão dos problemas do povo e nos rumos do Brasil."
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