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União Europeia assina acordo de aproximação com Ucrânia

Presidente ucraniano exaltou a assinatura do pacto como um momento histórico para o país: "Mostra como as coisas podem mudar em pouco tempo"

Petro Poroshenko comemora acordo ao lado de autoridades da União Europeia
Petro Poroshenko comemora acordo ao lado de autoridades da União Europeia (AFP)
O presidente ucraniano Petro Poroshenko assinou nesta sexta-feira um acordo de associação e cooperação econômica com a União Europeia (UE). O pacto é o mesmo que havia sido rejeitado no ano passado por seu predecessor, Victor Yanukovich, em uma atitude que provocou a revolta da população de Kiev e iniciou a crise que se arrasta até hoje no país. Outras duas ex-repúblicas soviéticas, Georgia e Moldávia, também assinaram o acordo, que aproxima as três nações do Ocidente e deve contribuir ainda mais para o aumento das tensões com a Rússia, contrária à influência da Europa na região.
Poroshenko assinou o segundo capítulo do acordo de associação, concretamente sobre o comércio, que pretende suprimir a maioria das barreiras alfandegárias entre a Ucrânia e os países da UE. O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, assinou na terça-feira o primeiro capítulo, de ordem política. O acordo de associação, inédito na história da UE, representa uma ampla cooperação com os três países em troca de compromissos na luta contra a corrupção e para avançar em direção a um Estado de direito.
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Ao oficializar a parceria, Poroshenko afirmou que aquele poderia ser o segundo momento mais importante da história da Ucrânia, atrás da independência do país em 1991. “(A assinatura) é um tributo para aqueles que deram suas vidas para que esse momento pudesse acontecer”, disse ele. Segundo o presidente, o pacto, firmado menos de oito meses depois de Yanukovich ter rejeitado a proposta da UE, "mostra como as coisas podem mudar drasticamente em pouco tempo, se a vontade do povo é forte o suficiente".

Em um recado para a Rússia, o líder ucraniano declarou que o acordo explicita a escolha da Ucrânia em futuramente se tornar integrante da União Europeia, e que os esforços russos para minar essa aproximação vão fracassar. Por sua vez, o presidente do Conselho Europeu Herman van Rompuy evitou dar tom político ao acordo e exaltou a aproximação com as três nações. “A União Europeia se coloca ao lado de vocês, hoje mais do que nunca”, afirmou, acrescentando que não há nenhuma cláusula no acordo que prejudique a Rússia.
Reação russa – O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Grigori Karasin, advertiu para as consequências do acordo. "A assinatura por parte de Ucrânia e Moldávia do acordo terá graves consequências", declarou à agência de notícias russas Interfax. Falando em nome do  Kremlin, ele  afirmou ainda que a Rússia adotará medidas para defender sua economia das eventuais consequências negativas do acordo.
Histórico – Em novembro de 2013, o ex-presidente Yanukovich rejeitou, sob pressão da Rússia, a aproximação com a União Europeia. Tal atitude deu início aos protestos de rua no país que culminaram com a morte de centenas de pessoas em violentos confrontos contra as tropas de segurança do governo. A crise provocou a queda de Yanukovich, que fugiu da capital, e o levante de rebeldes separatistas em regiões onde a maioria da população tem origem russa. Uma delas, a Crimeia, acabou anexada pela Rússia. Já no leste ucraniano, os confrontos continuam até hoje.

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