União Europeia assina acordo de aproximação com Ucrânia
Presidente ucraniano exaltou a assinatura do pacto como um momento histórico para o país: "Mostra como as coisas podem mudar em pouco tempo"
Petro Poroshenko comemora acordo ao lado de autoridades da União Europeia (AFP)
Poroshenko assinou o segundo capítulo do acordo de associação, concretamente sobre o comércio, que pretende suprimir a maioria das barreiras alfandegárias entre a Ucrânia e os países da UE. O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, assinou na terça-feira o primeiro capítulo, de ordem política. O acordo de associação, inédito na história da UE, representa uma ampla cooperação com os três países em troca de compromissos na luta contra a corrupção e para avançar em direção a um Estado de direito.
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Ao oficializar a parceria, Poroshenko afirmou que aquele poderia ser o segundo momento mais importante da história da Ucrânia, atrás da independência do país em 1991. “(A assinatura) é um tributo para aqueles que deram suas vidas para que esse momento pudesse acontecer”, disse ele. Segundo o presidente, o pacto, firmado menos de oito meses depois de Yanukovich ter rejeitado a proposta da UE, "mostra como as coisas podem mudar drasticamente em pouco tempo, se a vontade do povo é forte o suficiente".
Em um recado para a Rússia, o líder ucraniano declarou que o acordo explicita a escolha da Ucrânia em futuramente se tornar integrante da União Europeia, e que os esforços russos para minar essa aproximação vão fracassar. Por sua vez, o presidente do Conselho Europeu Herman van Rompuy evitou dar tom político ao acordo e exaltou a aproximação com as três nações. “A União Europeia se coloca ao lado de vocês, hoje mais do que nunca”, afirmou, acrescentando que não há nenhuma cláusula no acordo que prejudique a Rússia.
Reação russa – O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Grigori Karasin, advertiu para as consequências do acordo. "A assinatura por parte de Ucrânia e Moldávia do acordo terá graves consequências", declarou à agência de notícias russas Interfax. Falando em nome do Kremlin, ele afirmou ainda que a Rússia adotará medidas para defender sua economia das eventuais consequências negativas do acordo.
Histórico – Em novembro de 2013, o ex-presidente Yanukovich rejeitou, sob pressão da Rússia, a aproximação com a União Europeia. Tal atitude deu início aos protestos de rua no país que culminaram com a morte de centenas de pessoas em violentos confrontos contra as tropas de segurança do governo. A crise provocou a queda de Yanukovich, que fugiu da capital, e o levante de rebeldes separatistas em regiões onde a maioria da população tem origem russa. Uma delas, a Crimeia, acabou anexada pela Rússia. Já no leste ucraniano, os confrontos continuam até hoje.
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