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Está provado: o Itaquerão e Roma não foram feitos em 1 dia

 
O Coliseu, em Roma
O Coliseu, em Roma
Agamenon Mendes Pedreira
Agamenon Mendes Pedreira
O dia de jogo do Brasil é sempre estressante e cansativo. Acordei cedo e fui de metrô pra porta do Itaquerão vender os ingressos que eu passei a noite falsificando. Em seguida, encontrei-me com o ex-presidente em exercício Luísque Inácio Lula da Silva e o ex-presidente do Corinthians pra tentar acabar as obras do estádio antes de o jogo começar. Viramos concreto, batemos prego, serramos tábuas, mas não conseguimos entregar o Itaquerão a tempo. Resolvemos parar o serviço no meio porque o Lula arrumou umas verbas com alguns empreiteiros e nós fomos pro boteco gastar tudo com cachaça. Apesar de a obra não ter ficado pronta, Lula aprovou o gramado do estádio. Pelo menos como tira-gosto.

Como já expliquei aos meus dezessete leitores e meio (não esqueçam do anão), pretendo continuar sem assistir a nenhum jogo da Copa do Mundo para não influenciar as minhas análises críticas, isentas e imparciais. Assim como os dirigentes de futebol, não quero saber de nada que acontece dentro do gramado: só me interessam as jogadas cabulosas. Como diz o ditado, o futebol é uma caixa-forte de surpresas. De preferência, numa conta secreta da Suíça. Antigamente, no futebol, quem roubava era só o juiz. Mas o esporte evoluiu e a roubalheira agora é generalizada. Do gandula ao Blatter, do vendedor de cachorro-quente ao empreiteiro, da mais humilde maria-chuteira ao presidente do Barcelona, todo mundo quer ganhar a sua bolada.

Mas eu boto fé na seleção! O caneco vai ser nosso, é ruim de não ser! Nós temos tradição: já derretemos a Jules Rimet e agora vamos derreter esta taça nova também! Ninguém segura o Brasil! Nem o Bradesco, nem a SulAmérica, nem a Porto Seguro, nem a Allianz e nem a Met Life! Todas se recusaram a segurar o Brasil.

Para não ficarem reclamando que não falei nada de Brasil 3 x 1 Croácia só tenho a dizer que o que falta no Brasil, apesar do Oscar, são armadores de jogadas. Não consigo entender isso, mas o Brasil tem armadores de jogadas no Congresso, na Petrobras e na CBF, só não tem armador na seleção. Fora o Oscar, é claro.

E, uma última coisa, pelo menos na estreia só brasileiro fez gol. Melhor assim.

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