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Rússia anuncia corte do fornecimento de gás à Ucrânia

A estatal russa Gazprom anunciou que, por falta de pagamento de dívidas, a partir desta segunda a Ucrânia só terá fornecimento de gás se pagar antecipado

Tubulações de gás natural em Striy, na Ucrânia: fornecimento sob risco de corte
Tubulações de gás natural em Striy, na Ucrânia: fornecimento sob risco de corte 
O consórcio de gás Gazprom, controlado pelo governo russo, anunciou nesta segunda-feira a passagem para um sistema de pagamento antecipado pelo fornecimento de gás à Ucrânia, o que representa o corte imediato do bombeamento de combustível ao país vizinho. A decisão foi anunciada depois que, às 10 horas da manhã no horário local (3 horas em Brasília), venceu o prazo que a Rússia tinha dado à Ucrânia para que pagasse 1,95 bilhão de dólares para saldar parte da dívida por provisões anteriores. Depois de um fim de semana violento que incluiu a morte de centenas de separatistas e 49 militares ucranianos, a Rússia disse que Kiev não cumpriu o prazo para o pagamento da dívida.
"A decisão foi adotada pela falta de pagamentos crônicos da Naftogaz Ucrânia (a empresa de gás estatal ucraniana)", assinalou a Gazprom em comunicado publicado em seu site. Não há ainda confirmação de que o abastecimento de gás foi interrompido.  Os russos insistiram que os ucranianos ofereçam garantias de que deixarão o gás passar por seus gasodutos internacionais, rumo aos clientes russos na União Europeia (UE). Kiev e Moscou culparam-se mutuamente pelo insucesso das negociações sobre o preço das futuras entregas de gás e recusaram-se a abandonar posições consolidadas: a Rússia oferecendo um desconto e a Ucrânia rejeitando-o como uma ferramenta de manipulação política.
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"Graças a posições não construtivas do governo da Ucrânia, hoje um sistema de pré-pagamentos foi introduzido", disse o presidente da estatal russa exportadora de gás Gazprom, Alexei Miller, ao primeiro-ministro russo Dimitri Medvedev, durante uma reunião. Segundo o executivo, a Ucrânia "adotou uma posição que pode apenas ser definida como chantagem", acrescentando que "eles queriam um preço ultrabaixo". O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseny Yatseniuk, acusou a Rússia de bloquear deliberadamente o acordo para causar a Kiev problemas de fornecimento no próximo inverno, quando o gás será necessário para aquecimento. "A questão não é o gás. É uma plano russo em geral para destruir a Ucrânia", disse Yatseniuk.
A redução a longo prazo no fornecimento poderá afetar os consumidores da UE, que recebem da Rússia cerca de um terço de suas necessidades de gás - e aproximadamente metade desse suprimento chega por gasodutos que atravessam a Ucrânia. Anteriores disputas de preços levaram às "guerras do gás" em 2006 e 2009, e a acusações russas de que a Ucrânia roubou gás destinado ao restante da Europa.
Segundo o consórcio russo, a dívida ucraniana chega a um total de 4,46 bilhões de dólares, dos quais 1,45 bilhão correspondem às provisões de novembro e dezembro de 2013 e 3 bilhões de dólares pelos meses de abril e maio deste ano. "A partir de hoje a companhia ucraniana receberá gás russo só nos volumes que tenha pago", acrescentou a Grazpom, que destacou que em junho não recebeu nenhum pagamento da Naftogaz Ucrânia.
(Com agências EFE e Reuters)

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