Ao conquistar ‘voto pela paz’, desafio de Santos será cumprir promessa
Presidente conseguiu se reeleger com 51% dos votos no segundo turno
Juan Manuel Santos acena para eleitores depois da vitória no segundo turno da disputa presidencial na Colômbia (Reuters)
Ao assumir a responsabilidade, o presidente terá de atender aos anseios tanto dos que votaram a favor de seu processo de paz como dos que preferiam uma mudança de rumo – Zuluaga, apoiado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, subiu rapidamente nas pesquisas com críticas duras ao diálogo com as Farc. Mesmo derrotado no segundo turno, quase dobrou sua votação entre 25 de maio e 15 de junho, passando de 3,8 milhões para quase 7 milhões.
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Dias antes do segundo turno, apostando no convencimento de que o diálogo é o melhor caminho para a paz, Santos ainda anunciou a disposição de seu governo em negociar com o Exército de Libertação Nacional, segunda narcoguerrilha do país.
Entregar o que prometeu, em análise feita pelo Financial Times, significa que Santos precisará não apenas conseguir um acordo que seja aceito nacionalmente, mas também terá de aumentar a segurança dos cidadãos nas cidades, “onde o sequestro, a extorsão e os roubos dispararam”. O jornal britânico também destaca que a coalizão do presidente no Congresso está mais fraca, enquanto seus opositores estão mais fortes. A bancada uribista, a partir do próximo 20 de julho, ocupará vinte assentos no Senado e doze na Câmara, representando o maior bloco opositor à maioria governista. “Santos terá um governo mais fraco para enfrentar grandes desafios. O primeiro deles a implementação de políticas pós-conflito se ele conseguir ser bem-sucedido no processo de paz”, escreveu Daniel Coronell, colunista da revista colombiana Semana.
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“Alcançar uma paz duradoura, ao contrário de firmar um acordo de paz (as duas coisas são diferentes: veja o caso da Irlanda do Norte), envolve encontrar um equilíbrio difícil entre perdão e justiça. O tamanho da dificuldade para conseguir isso ficará mais claro se Santos fechar um acordo, e então submetê-lo a um referendo nacional. a força do apoio a Zuluaga mostra exatamente o quão forte continua o desejo por justiça”, avalia o Financial Times.
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