Santos inicia conversas com a guerrilha ELN
Anúncio foi feito às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais
O presidente da Colômbia e candidato à reeleição Juan Manuel Santos (/Reuters)
Um comunicado divulgado no site da Presidência da Colômbia afirma que as conversas com o ELN estão em fase "exploratória" desde janeiro. O plano é que evoluam para negociações formais. As negociações com as Farc foram iniciadas em novembro de 2012 sem que nenhum resultado concreto fosse apresentado. A questão acabou sendo o grande desafio enfrentado pelo presidente Juan Manuel Santos na busca pela reeleição. Seu adversário, Óscar Iván Zuluaga, subiu nas pesquisas com críticas duras ao diálogo de paz. Santos, por sua vez, fez do processo de paz a principal bandeira da sua campanha, e, nos últimos dias, intensificou a divulgação de “avanços” nas negociações com as Farc como forma de rebater as críticas.
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O comunicado conjunto do governo e da ELN afirma que "as delegações concordaram que a agenda de conversações incluirá os pontos de vista das vítimas e a participação da sociedade". "Sobre demais temas ainda não chegamos a um acordo", diz o texto, que traz ainda um agradecimento a Brasil, Chile, Cuba, Equador, Noruega e Venezuela pela “boa vontade e o compromisso apresentado no acompanhamento do processo”.
O presidente declarou que "um processo integral de paz que inclua tanto as Farc como o ELN é a melhor garantia para as vítimas e para o país de que este conflito terminou para sempre e nunca mais vai se repetir". No entanto, assim como várias tentativas de diálogo com as Farc fracassaram, esta também não é a primeira vez que o ELN inicia conversas com o governo. Já houve tentativas anteriores de diálogo, sem sucesso.
No entanto, assim como várias tentativas de diálogo com as Farc fracassaram, esta também não é a primeira vez que o ELN inicia conversas com o governo na Colômbia. Já houve tentativas anteriores de diálogo, sem sucesso. No ano 2000, durante o falido processo de paz com as Farc promovido por Andrés Pastrana, o grupo tentou pressionar o governo para conseguir uma zona desmilitarizada como fizeram as Farc – aproveitando o cessar-fogo para se fortalecer e expandir seu território de influência.
No ano passado, o ELN também tentou chamar a atenção de Santos, pouco antes do início da negociação com as Farc, realizando sequestros. Libertaram dois alemães e cinco funcionários de uma multinacional e divulgaram comunicados dizendo estar dispostos a “dialogar com o Estado para construir soluções não militares”, como lembrou o jornal espanhol El País.
O ELN foi criado no início da década de 1960 no departamento de Santander, noroeste do país, por um grupo de jovens que foram a Cuba aprender técnicas de guerrilha. Atualmente, conta com cerca de 2.000 integrantes comandados por Nicolás Rodríguez Bautista, mais conhecido como "Gabino".
(Com agências Reuters, France-Presse e Estadão Conteúdo)
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