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Dilma afaga dissidentes do PMDB com cargo na Caixa

Presidente nomeou para uma das vice-presidências do banco indicado de Geddel Vieira Lima, um dos líderes da ala rebelde do partido aliado

A presidente Dilma Rousseff participa da Convenção Nacional do PMDB, acompanhada do vice Michel Temer e do presidente do Senado Renan Calheiros, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff participa da Convenção Nacional do PMDB, acompanhada do vice Michel Temer e do presidente do Senado Renan Calheiros, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff decidiu fazer um aceno à ala dissidente do PMDB na semana seguinte à convenção do partido que decidiu, em uma votação apertada, pelo apoio à sua reeleição. Ela permitiu que um dos líderes dos rebeldes no partido, o baiano Geddel Vieira Lima, desse o aval a uma indicação para uma das vice-presidências da Caixa Econômica Federal.
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Roberto Derziê, cujo nome foi publicado nesta terça-feira em edição do Diário Oficial da União (DOU), ocupará a área de operações corporativas, antiga logística, no lugar de Paulo Roberto dos Santos, que foi exonerado do cargo. Derziê é funcionário de carreira há mais de 20 anos no banco e ocupou o cargo de Geddel quando ele o deixou em dezembro de 2013 para disputar o Senado pela Bahia, em uma chapa que dará palanque ao senador Aécio Neves (PSDB) no Estado.
Para conseguir o apoio do PTB à reeleição, Dilma nomeou para o cargo de Geddel Luiz Rondon Teixeira de Magalhães Filho, primeiro tesoureiro do partido. Quando Rondon foi nomeado, a Executiva Nacional do PMDB reclamou e, desde então, articulou uma estratégia para contemplar também o PMDB com outra vice-presidência.
A nomeação de Derziê para o cargo, porém, só acabou vindo depois da convenção nacional do PMDB no dia 10 deste mês, quando o partido decidiu apoiar por 398 votos a favor (59,13%) e 275 contrários (40,87%) o apoio à aliança com Dilma. O resultado, porém, foi considerado apertado e um sinal de como as bases do PMDB não devem ingressar plenamente na campanha da petista. Na convenção de 2010, os votos favoráveis à escolha de Temer como vice de Dilma responderam por 84,85%. A Bahia de Geddel foi um dos Estados que, segundo a cúpula do partido, votou contra a aliança. Ele nega.
Os dissidentes do PMDB alegam que o governo Dilma excluiu a legenda das decisões de governo durante todos os quatro anos de mandato. Além disso, afirmam que o PT priorizou candidaturas próprias nos Estados para ampliar suas bancadas no Congresso Nacional e minimizar a influência do partido no Legislativo.
Derziê começou a se aproximar do PMDB por meio de Moreira Franco, quando o hoje ministro da Secretaria de Aviação Civil ocupou a vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal. Por meio de Moreira Franco, Derziê assumiu a superintendência Nacional de Loterias da Caixa em outubro de 2007.
Em outubro de 2002 assumiu a Superintendência Nacional de Serviços de Captação e também um cargo de consultor técnico na Vice-Presidência de Pessoa Física. Em junho de 2011, Moreira Franco sugeriu o nome dele para Geddel Vieira Lima, que na época era vice-presidente de Pessoa Jurídica. Geddel procurava alguém que fosse de confiança e entendesse bem do funcionamento da instituição para ocupar a diretoria-executiva da sua vice-presidência. "Conheci Derziê nessa época. É um excelente profissional."

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