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Mais de 500.000 iraquianos já fugiram de cidade dominada por terroristas

Entre os refugiados estão militares que abandonaram seus uniformes e armas. Jihadistas do grupo radical EIIL estão se movendo agora para cidade petrolífera

Crianças observam carro destruído após ofensiva terrorista em Mosul, no Iraque
Crianças observam carro destruído após ofensiva terrorista em Mosul, no Iraque (Reuters)
Já passa de 500.000 o número de iraquianos refugiados após uma ofensiva terrorista que colocou o grupo fundamentalista Estado Islâmico do Iraque e ao Levante (EIIL) no controle de Mosul, a segunda maior cidade do país. Segundo a rede BBC, soldados que abandonaram seus uniformes e armas estão entre as pessoas que fugiram do local. A maioria dos refugiados se move a pé e carrega pertences em sacolas plásticas. A Organização Internacional para Migração, que tem monitorado a situação na região, comunicou que a invasão jihadista resultou em “um alto número de mortes entre civis”. Números oficiais não foram divulgados.
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A tomada de Mosul ocorreu nesta terça-feira, após uma batalha de cinco dias travada entre as Forças Armadas iraquianas e os terroristas do EIIL nos arredores da cidade. Os jihadistas libertaram centenas de prisioneiros e ocuparam bases militares, postos de segurança, redes de televisão, bancos, o aeroporto e a sede do governo local. As pessoas que ficaram em Mosul disseram que os sistemas de água e energia foram interrompidos. Os terroristas também estão cobrando dinheiro para proteger quem ficou. “A situação está caótica dentro da cidade e não há ninguém para nos ajudar”, declarou Umm Karam, um funcionário do governo local.
Novos testemunhos indicam que os radicais ergueram bandeiras do grupo EIIL por toda cidade e disseram em alto-falantes que vieram para “libertar” Mosul. A BBC reportou que refugiados seguem para três cidades localizadas no Curdistão, onde autoridades armaram acampamentos temporários. O primeiro-ministro da região semiautônoma, Nechirvan Barzani, emitiu uma nota pedindo ajuda da ONU para atender ao fluxo de pessoas. Embora o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, tenha dito que está “profundamente preocupado” com a situação, nenhum posicionamento foi tomado com relação à crise. A comunidade internacional também não se mostrou disposta a intervir militarmente na região. As tropas americanas deixaram o país no final de 2011, depois de oito anos de ocupação. Desde então, o governo de liderança xiita tem enfrentado dificuldades para conter os militantes sunitas.
No momento, o receio das autoridades iraquianas é de que os terroristas ganhem novo fôlego para alcançar outras cidades. Segundo a rede CNN, primeiro-ministro Nouri al Maliki declarou que todos os soldados que abandonarem os seus postos serão processados por uma corte marcial. As Forças Armadas, no entanto, não parecem dispostas a arriscar suas vidas contra o aparato jihadista do EIIL. Parte dos radicais que dominou Mosul está se movendo para a cidade petrolífera de Baiji. A agência de notícias Reuters informou que as delegacias e o tribunal do município foram queimados pelos radicais. Jasim al-Qaisi, um morador local, afirmou que os extremistas telefonaram para os líderes tribais avisando da ofensiva. “Estamos avançando para morrer ou tomar o controle de Baiji, então avisamos a vocês para pedir aos seus filhos policiais e militares para entregar as armas e se render”, teriam dito os terroristas.
Na refinaria de Baiji, que abastece a maioria das províncias iraquianas com petróleo, os guardas responsáveis pela segurança concordaram em deixar o local. O EIIL, que não teve sua aliança aceita pela Al Qaeda por ser “demasiadamente radical”, se tornou uma das principais forças jihadistas da região nos últimos meses. O grupo está no controle de importantes territórios na Síria, onde tenta derrubar o ditador Bashar Assad, e expandiu a luta armada para as fronteiras iraquianas com a intenção de impor um governo radical islâmico. Em comunicado, o Departamento de Estado americano manifestou “profunda preocupação” e disse que suas equipes em Bagdá e Washington estão monitorando os acontecimentos em conjunto com o governo Iraquiano e autoridades do Curdistão. O texto afirma ainda que o governo dos EUA “apoiaria uma resposta dura e coordenada”

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