Pais de Madeleine criticam policial que liderou buscas
Ex-oficial deixou investigações poucos meses depois do desaparecimento e escreveu livro contra o casal. Agora, é alvo de processo por difamação
Kate e Gerry McCann, pais da menina Madeleine, chegam para audiência em corte de Lisboa (Reuters)
O casal deveria dar declarações no Palácio da Justiça, em Lisboa, mas o tribunal adiou a audiência depois que Amaral demitiu sua equipe de advogados. Este foi o quarto adiamento no caso. Para Kate, cada atraso “causa mais dor e angústia” ao casal. “Nós apresentamos essa ação por causa da dor e angústia que o senhor Amaral trouxe para nós e nossos filhos. Cada vez que ele adia o processo, isso nos causa mais dor e angústia (...) Queremos apenas justiça”.
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“O que houve foi uma tentativa descarada e cínica de nos desgastar e é Madeleine que está sofrendo”, acrescentou Gerry McCann, lembrando que o caso se arrasta há mais de cinco anos. “Não vamos desistir”, avisou, em declarações reproduzidas pela imprensa britânica.
O casal afirma que o livro desencorajou as pessoas a darem informações que poderiam ajudar a encontrar a garota. Kate e Gerry fazem questão de ressaltar que a família não desistiu de encontrar Madeleine. “Até onde sabemos há uma boa chance de ela ainda estar viva e temos de continuar procurando por ela”, disse Gerry.
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As polícias britânica e portuguesa passaram dez dias fazendo buscas em um terreno na Praia da Luz, região do Algarve, perto do resort onde a família estava hospedada em maio 2007, quando a menina, então com três anos de idade, desapareceu. Nenhuma pista foi encontrada, o que, para os McCanns, é mais uma prova de que Madeleine está viva.
Amaral, que liderou as primeiras investigações, foi retirado do caso meses depois do desaparecimento. Se ganharem o processo, a família pode receber até 1 milhão de libras (3,8 milhões de reais) de indenização.
Principais fatos do desaparecimento de Madeleine McCann
O jornal britânico The Guardian reuniu os principais acontecimentos desde o sumiço da menina, em 2007
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Informações desencontradas também marcaram o primeiro ano do sumiço de Madeleine. A imprensa portuguesa ventilou a possibilidade de a menina estar morta depois que cães farejadores encontraram rastros de sangue no quarto. Equipes forenses, no entanto, provaram que o sangue não era de Madeleine, mas de um homem. Os pais da menina voltaram para a Grã-Bretanha com os outros dois filhos, os gêmeos Sean e Amelie, em 9 de setembro.
A polícia portuguesa sugere que o DNA de Madeleine teria sido encontrado no porta-malas de um carro que os pais da menina haviam alugado 25 dias depois do desaparecimento. Especialistas, contudo, questionam a análise.
O casal chega a ser declarado oficialmente como suspeito, mas o juiz Luís Bilro Verão posteriormente analisa as investigações e determina que não há provas suficientes contra os pais de Madeleine. Após a negativa, o oficial de polícia Gonçalo Amaral, responsável pelo caso, é removido das investigações ao criticar o envolvimento da polícia britânica no caso. Em novembro, uma amiga da família McCann afirma ter visto um homem, com uma criança adormecida no colo, 45 minutos antes de Kate dar conta do desaparecimento da filha.
2007
Madeleine McCann, então com três anos, desaparece do quarto do hotel em que passava férias com a família na Praia da Luz, em Portugal, no dia 3 de maio. Os pais, Kate e Gerry, estavam jantando quando a menina sumiu do resort. Eles disseram que se sentiam culpados por terem deixado a menina dormindo junto com os irmãos, e negaram qualquer envolvimento em seu desaparecimento. Ao passo que o crime tomou contornos dramáticos e ganhou espaço na mídia, a polícia prendeu suspeitos acusados de extorquir os pais da menina em troca de informações sobre o seu paradeiro. Nenhum depoimento, contudo, contribuiu para as investigações avançarem.Informações desencontradas também marcaram o primeiro ano do sumiço de Madeleine. A imprensa portuguesa ventilou a possibilidade de a menina estar morta depois que cães farejadores encontraram rastros de sangue no quarto. Equipes forenses, no entanto, provaram que o sangue não era de Madeleine, mas de um homem. Os pais da menina voltaram para a Grã-Bretanha com os outros dois filhos, os gêmeos Sean e Amelie, em 9 de setembro.
A polícia portuguesa sugere que o DNA de Madeleine teria sido encontrado no porta-malas de um carro que os pais da menina haviam alugado 25 dias depois do desaparecimento. Especialistas, contudo, questionam a análise.
O casal chega a ser declarado oficialmente como suspeito, mas o juiz Luís Bilro Verão posteriormente analisa as investigações e determina que não há provas suficientes contra os pais de Madeleine. Após a negativa, o oficial de polícia Gonçalo Amaral, responsável pelo caso, é removido das investigações ao criticar o envolvimento da polícia britânica no caso. Em novembro, uma amiga da família McCann afirma ter visto um homem, com uma criança adormecida no colo, 45 minutos antes de Kate dar conta do desaparecimento da filha.
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