Presidente inaugura museu sobre as Malvinas ao lado de vice investigado
Em cerimônia, Kirchner fala em acabar com 'último vestígio de colonialismo'
A presidente argentina Cristina Kirchner (Reuters)
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“Esse museu é um compromisso para terminar com o último vestígio de colonialismo. Vamos lá, argentinos, não vamos abandonar essa luta histórica”, disse a presidente, em declarações reproduzidas pela imprensa argentina. “A pior colonização não é a militar, nem a econômica. Todas elas só podem ser levadas a cabo se previamente nos tenham colonizado culturalmente”, acrescentou Cristina, que pretende transformar o museu em mais um instrumento de propaganda.
Entre os objetivos da instituição está “difundir, comunicar, exibir e conscientizar todos os habitantes da nação acerca da soberania argentina sobre as ilhas, além da Geórgia do Sul e ilhas Sandwich do Sul”. Segundo os organizadores, não apenas a Guerra das Malvinas (1982) será tema de exposição, mas toda a história do arquipélago. Seguindo o discurso da presidente, o trabalho deverá evitar menções ao resultado do referendo realizado no ano passado, no qual os kelpers decidiram, com 99,8% dos votos, permanecer sob o domínio da Grã-Bretanha.
Em sua diplomacia de megafone sobre o tema, Cristina Kirchner já fez discursos nas Nações Unidas exigindo que a Grã-Bretanha entregue as ilhas e pressionou os países do Mercosul a não aceitarem a entrada de navios com bandeira das Malvinas em seus portos. Ela também autorizou a emissão de cédulas com a imagem do arquipélago e bloqueou um perfil administrado por kelpers no Twitter que ridicularizava suas declarações.
O local escolhido para o Museu das Malvinas foi a antiga Escola de Mecânica da Armada (Esma), o principal centro de repressão da ditadura militar argentina (1976-1983). A inauguração coincidiu com a data em que o país comemora o aniversário da designação do primeiro governador argentino nas Malvinas, Luis Vernet, em 1829.
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