STF deve confirmar diminuição de pena de Jefferson
Na sessão desta quarta-feira, tribunal decide pena de Emerson Palmieri e do ex-presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha
Joaquim Barbosa, como
presidente do STF e relator do Mensalão - Lula
Marques/Folhapress
Na reta final do julgamento do mensalão, os ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF) devem confirmar nesta quarta-feira o entendimento de que o
ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) pode receber um atenuante de pena por ter
sido o responsável por denunciar o esquema do valerioduto. Condenado pelos
crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o petebista deve receber,
conforme projeção de advogados que atuam no caso, pena total de cerca de seis
anos de reclusão em regime semiaberto. Na sessão desta quarta, os ministros
devem concluir a fase de definição das penas dos condenados por integrar o
esquema.
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Em 2005, Roberto Jefferson denunciou o escândalo do mensalão, classificado
por ele como o pagamento de mesada a deputados da base aliada a mando do
ministro da Casa Civil na época, José Dirceu, e operacionalizado pelo até então
desconhecido publicitário Marcos Valério. Ao denunciar o esquema, Jefferson
apontou o nome de parlamentares que receberam propina, detalhou o loteamento
político de cargos na administração pública e admitiu que ele próprio embolsou 4
milhões de reais. A denúncia levou o parlamentar a se sentar no banco dos réus
ao lado de políticos, empresários, banqueiros e assessores.
A possibilidade de atenuante a favor de Roberto Jefferson foi admitida pelo
próprio relator do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, e será levada a voto. Em
setembro, no entanto, o ministro Luiz Fux já havia levado a plenário a tese de
que depoimentos reveladores foram responsáveis pela descoberta do mensalão. Fux
não citou nominalmente o caso de Jefferson, mas afirmou que denúncias como a do
mensalão “permitem a eliminação da impunidade, o descobrimento dos delinquentes
que colaboram para o atingimento de determinadas finalidades e até mesmo a
identificação de envolvidos e a recuperação de bens”.
João Paulo - Além da definição da pena de Roberto
Jefferson, será anunciada a penalidade a ser imposta ao então tesoureiro
informal do PTB, Emerson Palmieri, e ao ex-presidente da Câmara dos Deputados,
João Paulo Cunha (PT).
De todos os deputados e ex-parlamentares julgados no mensalão, Cunha é o
que tem maior chance de receber a pena mais severa. Condenado por corrupção
passiva, lavagem de dinheiro e peculato, o petista deve superar a pena aplicada
ao ex-presidente do PP, Pedro Corrêa, ex-deputado que recebeu mais de nove anos
de cadeia.
De acordo com o Ministério Público, entre outros ilícitos, o então
presidente da Câmara recebeu 50 000 reais do esquema do valerioduto e favoreceu
a agência de publicidade SMP&B, de Marcos Valério, em um contrato firmado
entre a Casa e a empresa, permitindo que menos de 1% dos 10,7 milhões de reais
gastos pela Câmara fossem destinados a cobrir serviços efetivamente prestados
pela SMP&B.
Perda de mandato - Depois de concluir a definição das
penas de todos os 25 condenados no escândalo do mensalão, o plenário do STF vai
discutir se os três deputados apenados no julgamento – João Paulo Cunha,
Valdemar Costa Neto e Pedro Henry – perdem ou não, de imediato, os mandatos que
têm na Câmara
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