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Mursi amplia poderes e destitui procurador-geral


Presidente ordenou novo julgamento de autoridades do regime Mubarak


Mohamed Mursi fala pela primeira vez depois de ser eleito no Egito
Mohamed Mursi fala pela primeira vez depois de ser eleito no Egito

O presidente do Egito, Mohamed Mursi, tomou medidas que ampliam seus poderes, destituiu o procurador-geral do país e ordenou que autoridades do antigo regime de Hosni Mubarak sejam julgadas novamente pela morte de manifestantes durante a revolta do ano passado.

"O presidente pode tomar qualquer decisão ou medida para proteger a revolução", afirmou o seu porta-voz, Yaser Ali, que leu o que chamou de 'declaração constitucional' na televisão.

Uma das decisões acaba com os questionamentos a decretos e leis do presidente: “As declarações constitucionais, decisões e leis emitidas pelo presidente são definitivas e não podem ser apeladas", disse o porta-voz.

O presidente também destituiu o procurador-geral do país, Abdel Maguid Mahmoud, que deveria ter deixado o cargo há um mês. A demissão do procurador é uma tentativa de acalmar os protestos pedindo um novo julgamento de oficiais acusados de estar envolvidos nos confrontos contra manifestantes durante a revolta do ano passado. A medida, no entanto, é criticada por magistrados que a consideram uma interferência do Executivo nos assuntos judiciais. Mahmoud será substituído por Talaat Ibrahim, que terá mandato de quatro anos.


Constituição – A declaração afirma ainda que nenhuma corte tem prerrogativa de dissolver a assembleia que está elaborando uma nova constituição – os cem integrantes da constituinte ganharam mais dois meses de prazo. A imunidade vale também para a Câmara Alta do Parlamento.

Várias cortes analisam atualmente pedidos de dissolução dos dois organismos. Em junho, pouco depois de Mursi assumir o poder, o Tribunal Constitucional egípcio anulou a Câmara Baixa do Parlamento, dominada por islamitas. À época, a Corte disse que o Parlamento era "inconstitucional e sua composição inteiramente ilegal", pois os congressistas teriam violado a lei ao concorrerem representando partidos políticos e não de forma independente.


Julgamento – Mursi também ordenou novas investigações sobre os ataques contra manifestantes que foram às ruas em protesto contra o então regime de Hosni Mubarak. Até mesmo pessoas que já foram absolvidas devem ser julgadas novamente. O decreto afirma que aqueles que ocupavam posição ‘política ou executiva’ no antigo regime podem ser afetados.

A ordem parece ter como objetivo reabrir o processo contra Mubarak, que foi condenado à prisão perpétua em junho por não ter impedido a morte de manifestantes durante a revolta contra seu regime, mas muitos egípcios criticam o fato de ele não ter sido condenado por ordenar a ação contra o protesto. Vários chefes da polícia egípcia foram absolvidos, e Mubarak e os filhos do ditador também se livraram das acusações de corrupção.

Protestos e trégua – As medidas de Mursi são anunciadas depois de quatro dias de protestos no Cairo contra as políticas do atual governo, e contra a Irmandade Muçulmana, grupo fundamentalista ao qual Mursi é ligado.

O anúncio ocorre também um dia depois de Mursi receber elogios do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pela mediação do conflito entre Israel e o Hamas – as duas partes concordaram com uma trégua. A Irmandade Muçulmana deu origem ao Hamas, que domina a Faixa de Gaza.

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