Pular para o conteúdo principal

Com público limitado, artistas e autoridades pedem veto de Dilma à mudança nos royalties


Mestre de cerimônia pedia, na Cinelândia, que o público ocupasse uma faixa vazia da praça. Governadores do Rio e do Espírito Santo dizem confiar em veto parcial da presidente

  •  
Políticos adversários se unem em ato para pedir: 'Veta, Dilma'
Políticos adversários se unem em ato para pedir: 'Veta, Dilma'

Com público menor do que a multidão esperada pelo governo do estado do Rio, autoridades e artistas se reuniram no centro do Rio nesta segunda-feira para pedir o veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto de lei que prevê a redistribuição dos royalties e participações especiais, que aguarda sanção presidencial. A Polícia Militar chegou a estimar um público de 200.000 na caminhada da Candelária à Cinelândia, mas mesmo quando o show de música popular estava prestes a começar o mestre de cerimônias do evento, entre os gritos de “veta, Dilma”, pedia que as pessoas preenchessem o canto esquerdo da praça. A força do convencimento deve ficar, assim, mais a cargo das celebridades de peso do que do público, que deixou vários clarões no asfalto.

O time de famosos era o chamariz para o público. No telão, atrizes como Glória Pires e Fernanda Montenegro davam o recado para os fluminenses. Ao microfone, Fernanda Abreu, Xuxa e Mc Bochecha pediram que a União vetasse a proposta que mexe com os campos já licitados. Aos políticos foi reservado um salão na Câmara dos Vereadores, em frente ao palco, para dar entrevista à imprensa. Os governadores do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), fizeram novo apelo a Dilma e lembraram que a presidente, em outras ocasiões, se mostrou contrária às mudanças na distribuição dos royalties em poços em exploração.

“Com o veto parcial, Dilma vai dar o caminho da pacificação”, afirmou Cabral, reforçando que a passeata “Veta Dilma: contra a injustiça, em defesa do Rio” não pede benefícios para o Rio em relação ao pré-sal. Casagrande emendou: “Ao vetar, ela põe racionalidade na decisão”.

“O nosso recado é para que se defendam princípios. Os números das perdas são graves e arrebatadores. Porém, essa manifestação é mais do que isso. Pedimos a garantia dos princípios legais. Quando Lula era presidente e Dilma chefe da Casa Civil, o governo teve a preocupação de, ao mandar uma mensagem de mudança no marco regulatório que colocava o sistema de partilha, não invadir os campos licitados”, argumentou Cabral. Os governadores prometeram apoiar outros estados que vierem a ter seus direitos ameaçados. Os dois estavam acompanhados do vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, do senador Lindbergh Farias, do presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Paulo Melo, do presidente da Câmara dos Vereadores, Jorge Felipe, e do secretário estadual da Casa Civil, Régis Fichtner. O secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, esteve presente, mas não ficou para a coletiva de imprensa.

Cabral, dessa vez, não chorou. Depois das críticas de que tratava a questão dos royalties com o estômago, o governador mostrou uma postura um pouco mais sóbria. Sem deixar, no entanto, de pressionar a presidente. “Pedimos a Dilma e eu tenho certeza absoluta de que ela vai atender o Rio”. Os políticos do Rio estavam com uma blusa estampada o nome da passeata. Casagrande vestia uma camiseta branca com os dizeres: “O direito é para ser respeitado”.

O Espírito Santo, pelos cálculos do governador, perderá um bilhão de reais em 2013, caso o projeto seja aprovado. “Esse ato é carregado de esperança. É um ato para demonstrar o apoio à presidente Dilma, que já disse ser contra o rompimento de contratos. Todos sabem a posição dela”, afirmou Casagrande.

No Rio, os números da perda para o próximo ano segue sem consenso. Cabral afirmou nesta segunda-feira que o estado e os municípios deixarão de receber 6,5 bilhões. Segundo ele, a ausência desses recursos compromete, por exemplo, a área da segurança. “Em 2006, a folha de pagamento da segurança foi de 2,5 bilhões. Este ano passa a 5 bilhões. No ano que vem, deve chegar a quase 7 bilhões”, disse.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Ex-presidente da Petrobras tem saldo de R$ 3 milhões em aplicações A informação foi encaminhada pelo Banco do Brasil ao juiz Sergio Moro N O ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine (Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil) Em documento encaminhado ao juiz federal Sergio Moro no dia 31 de outubro, o Banco do Brasil informou que o ex-presidente da Petrobras e do BB Aldemir Bendine acumula mais de R$ 3 milhões em quatro títulos LCAs emitidos pela in...
Grécia e credores se aproximam de acordo em Atenas Banqueiros e pessoas próximas às negociações afirmam que acordo pode ser selado nos próximos dias Evangelos Venizelos, ministro das Finanças da Grécia (Louisa Gouliamaki/AFP) A Grécia e seus credores privados retomam as negociações de swap de dívida nesta sexta-feira, com sinais de que podem estar se aproximando do tão esperado acordo para impedir um caótico default (calote) de Atenas. O país corre contra o tempo para conseguir até segunda-feira um acordo que permita uma nova injeção de ajuda externa, antes que vençam 14,5 bilhões de euros em bônus no mês de março. Após um impasse nas negociações da semana passada por causa do cupom, ou pagamento de juros, que a Grécia precisa oferecer em seus novos bônus, os dois lados parecem estar agindo para superar suas diferenças. "A atmosfera estava boa, progresso foi feito e nós continuaremos amanhã à tarde", d...