Pular para o conteúdo principal

Obama tentará mediar acordo de paz entre Israel e palestinos, diz analista


Cessar-fogo negociado entre Israel e Hamas foi 1º passo; conversas estão paradas desde 2010 

WASHINGTON - O presidente dos EUA, Barack Obama, tentará marcar seu segundo mandato com um acordo de paz entre Israel e a Autoridade Palestina. Essa será a prioridade de sua agenda externa. O acordo de cessar-fogo fechado ontem entre Israel e Hamas foi um passo necessário, mas está longe de ser o mais desafiador, segundo Lawrence Korb, analista do Center for American Progress.

O programa nuclear iraniano e a posição do Egito após a Primavera Árabe estão no meio do caminho de um acordo de paz efetivo na região. Obama, contudo, terá a vantagem de não precisar, nos próximos quatro anos, moldar sua política externa conforme a agenda eleitoral.
"Obama poderá seguir os passos de Ronald Reagan que, em seu segundo mandato, pôde negociar com a União Soviética. Esse é o clássico período para um presidente dos EUA entrar para a história. Se ele conseguirá um acordo, depende de israelenses e de palestinos", afirmou Korb.
Ontem, Obama tomou a iniciativa de telefonar para os líderes egípcio e israelense. Segundo comunicados da Casa Branca, ele cumprimentou o presidente do Egito, Mohamed Morsi, pelo aparente sucesso de sua mediação no conflito e confirmou a "parceria" entre Washington e Cairo, que envolve a assistência militar americana de US$ 1,3 bilhão neste ano.
Ao primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, Obama reiterou o compromisso dos EUA com a segurança de Israel. O presidente ontem não falou com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Um contato com o Hamas é improvável, já que o grupo é considerado um organização terrorista por Washington.
Os termos do cessar-fogo ainda não estavam claros até noite de ontem. Ainda há questões em aberto sobre a abertura das fronteiras de Gaza e suas conexões com a Cisjordânia, assim como não está claro qual compromisso foi fechado pelos governos de Egito e Israel. Pelo menos temporariamente, ressaltou Korb, a escalada de violência foi interrompida.
Um dos fatos inusitados do acordo foi ter envolvido Israel e os EUA em conversas com uma organização considerada terrorista. O resultado do acerto foi o aumento da credibilidade do Hamas, que controla Gaza e é responsável pelo enfraquecimento de Abbas.
Sob o comando de Morsi, o Egito tornou-se peça ainda mais importante. "Se Morsi conferiu mais poder ao Hamas, nos últimos meses, foi igualmente capaz de trazê-lo para um acordo com Israel", assinalou Korb. "Mas o maior problema ainda continua: a impossibilidade de Abbas controlar o Hamas."
Do outro lado, a linha dura de Netanyahu parece que ter se flexibilizado depois do assassinato do líder militar do Hamas, Ahmed Jabari, e da destruição de parte dos arsenais de mísseis iranianos do grupo e de eliminar outros alvos estratégicos na Faixa de Gaza. Segundo pesquisas, ele deve se reeleger em janeiro. "Provavelmente, será seu último mandato. Veremos se ele será o que Nixon foi para a China", afirmou Korb, referindo-se à política de distensão entre Washington e Pequim iniciada pelo presidente Richard Nixon, nos anos 70.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Ex-presidente da Petrobras tem saldo de R$ 3 milhões em aplicações A informação foi encaminhada pelo Banco do Brasil ao juiz Sergio Moro N O ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine (Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil) Em documento encaminhado ao juiz federal Sergio Moro no dia 31 de outubro, o Banco do Brasil informou que o ex-presidente da Petrobras e do BB Aldemir Bendine acumula mais de R$ 3 milhões em quatro títulos LCAs emitidos pela in...
Grécia e credores se aproximam de acordo em Atenas Banqueiros e pessoas próximas às negociações afirmam que acordo pode ser selado nos próximos dias Evangelos Venizelos, ministro das Finanças da Grécia (Louisa Gouliamaki/AFP) A Grécia e seus credores privados retomam as negociações de swap de dívida nesta sexta-feira, com sinais de que podem estar se aproximando do tão esperado acordo para impedir um caótico default (calote) de Atenas. O país corre contra o tempo para conseguir até segunda-feira um acordo que permita uma nova injeção de ajuda externa, antes que vençam 14,5 bilhões de euros em bônus no mês de março. Após um impasse nas negociações da semana passada por causa do cupom, ou pagamento de juros, que a Grécia precisa oferecer em seus novos bônus, os dois lados parecem estar agindo para superar suas diferenças. "A atmosfera estava boa, progresso foi feito e nós continuaremos amanhã à tarde", d...