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Israel e Hamas negociam no Cairo os detalhes da trégua


Em pauta, a demanda palestina de acabar com as restrições impostas por Israel à Faixa de Gaza e a exigência israelense do fim do tráfico de armas para a região


 

Soldado israelense limpa tanque perto da fronteira com a Faixa de Gaza, em 20 de novembro
Soldado israelense limpa tanque perto da fronteira com a Faixa de Gaza

Nesta segunda-feira, mediadores egípcios deram início a conversas separadas com o grupo terrorista Hamas e com Israel para concretizar os detalhes do cessar-fogo que, na última quarta-feira, pôs fim a oito dias de bombardeios à Faixa de Gaza e ataques ao território israelense. No conflito morreram 167 palestinos e seis israelenses. Uma autoridade do Egito disse à agência Reuters que a pauta de negociações inclui a demanda palestina de um alívio dos seis anos de restrições impostas por Israel à região costeira governada pelo Hamas. Do lado israelense, a principal exigência é o fim do tráfico de armas para a Faixa de Gaza.

Para Filippo Grandi, comissário-geral da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), o bloqueio tem sido muito severo desde 2007, quando o Hamas tomou o poder da faixa. "As pessoas não têm liberdade de se deslocar a qualquer momento, nem as mercadorias podem entrar ou sair sem autorização prévia. E isso tem um efeito em todos os aspectos da vida dos palestinos em Gaza: negócios, infraestrutura, serviços... Mesmo o lado psicológico das pessoas é afetado. Depois de 2010, o governo de Israel relaxou um pouco o bloqueio, mas ele tem um efeito forte ainda na economia e no bem-estar das pessoas".

Já Paul Hirschson, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, nega que haja um bloqueio à Faixa de Gaza. “Nós fornecemos eletricidade, gás, água e telefonia, damos acesso aos portos que fazem as transações de exportação e importação, permitimos o deslocamento pela fronteira com Israel e a entrada de ajuda humanitária. Israel gostando ou não, Gaza faz fronteira com o Egito, e isso nós não podemos controlar. Os palestinos podem cruzar a fronteira, transportar mercadorias, o que eles quiserem. Só torcemos para que não ocorra a entrada de armas”, diz.

As relações entre Israel e o Egito são regidas por um tratado de paz assinado em 1979, pelo qual os egípcios se comprometeram a vigiar a passagem de Rafah, que liga a Península do Sinai à Faixa de Gaza. A região é porta de entrada de armas para o Hamas.


Fronteiras - Um porta-voz do Exército israelense afirmou nesta segunda que seus soldados mataram um homem de Gaza, suspeito de ter se infiltrado em Israel e de ter esfaqueado uma israelense depois de entrar em sua casa em um vilarejo próximo ao território palestino. A mulher ficou levemente ferida.

O suspeito se recusou a obedecer aos soldados e agentes de segurança que chegaram ao local, no vilarejo de Sdeu Avraham, localizado na região israelense na fronteira com o sul da Faixa de Gaza, indicou a fonte. "Os soldados pediram ao suspeito que ele parasse, mas ele não obedeceu. Ele então se aproximou dos soldados e os ameaçou". A ação do suspeito foi classificada como sendo de 'natureza terrorista'.

Soldados israelenses patrulham regularmente a fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza. Os policiais do Hamas foram retirados da fronteira para evitar qualquer incidente que comprometa a trégua entre Israel e os grupos armados palestinos de Gaza, concluída na quarta-feira passada após oito dias de hostilidades.

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