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EUA pedem que Egito resolva problemas 'pacificamente'


Departamento de Estado americano expressa preocupação com decisões tomadas por presidente Mohamed Mursi, ampliando seus direitos, e pede calma


Manifestantes correm para se proteger das bombas de gás lacrimogêneo da polícia no Cairo
Manifestantes correm para se proteger das bombas de gás lacrimogêneo da polícia no Cairo

O governo dos Estados Unidos afirmou nesta sexta-feira que está preocupado com o aumento dos poderes do presidente egípcio, Mohamed Mursi, e pediu que o Egito resolva seus problemas "pacificamente e por meio do diálogo democrático". A declaração foi feita depois que manifestantes incendiaram em duas cidades do Egito sedes do Partido da Liberdade e da Justiça, braço da Irmandade Muçulmana, grupo do qual faz parte o presidente egípcio.

"As decisões anunciadas na quinta-feira pelo presidente islamita causam preocupações em muitos egípcios e na comunidade internacional", disse a porta-voz do Departamento de Estado americano em um comunicado. "Pedimos calma e que todas as partes trabalhem juntas, e convocamos todos os egípcios a resolverem suas divergências nessas importantes questões pacificamente e por meio do diálogo democrático", acrescenta Victoria Nuland no comunicado.


"Lembrando que uma das aspirações da revolução era garantir que o poder não fosse concentrado demais nas mãos de uma única pessoa ou de uma instituição, os Estados Unidos defendem a adoção de uma constituição que respeite as liberdades fundamentais e os direitos individuais, com um direito que esteja em conformidade com os compromissos internacionais do Egito", acrescenta Victoria.

Na quinta-feira, Mursi blindou todos os seus poderes perante a justiça, e foi chamado de 'ditador' e 'faraó' por manifestantes por querer impor sua visão islamista no Egito. Mursi tentou defender seu decreto nesta sexta-feira, dizendo que não quer recorrer a seus poderes excepcionais, mas que o fará se considerar o país "em perigo".

Segundo Mursi, seu objetivo é conseguir "a estabilidade política, social e econômica". No entanto, a decisão é considerada por críticos um obstáculo no caminho para a democracia e um "golpe de Estado", comprometendo as conquistas da revolta que derrubou o ditador Hosni Mubarak em 2011.

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