EUA manterão 10.000 soldados no Afeganistão após 2014
Tropas permanecerão no país para treinar agentes locais e manter estabilidade
Soldado americano faz
patrulha com oficiais afegãos
O governo americano planeja manter 10.000 soldados
no Afeganistão após a retirada
de suas tropas no fim de 2014, informou nesta segunda-feira o
Wall Street Journal. A missão dos soldados que continuarão no país será
treinar e formar o Exército afegão depois que a Otan
finalizar a sua operação.
Com base em fontes oficiais (que não foram identificadas), o jornal americano afirma que a estratégia segue as recomendações do general John Allen, comandante da força internacional da Otan no Afeganistão, que propôs a manutenção de um contingente de entre 6.000 e 15.000 soldados.
Atualmente, há 67.000 soldados americanos e 37.000 militares da coalizão internacional no Afeganistão. Eles trabalham com os 337.000 policiais e militares locais para habilitar as Forças Nacionais de Segurança do Afeganistão (ANSF, na sigla em inglês).
De acordo com analistas, mesmo o contingente de 10.000 soldados americanos ainda não seria suficiente para ensinar táticas de contraterrorismo aos agentes locais de segurança. A retirada total das forças americanas do Iraque, sem manter um contingente substancial no país, é apontada como uma das causas para a instabilidade no território.
Afeganistão - A medida ainda
precisa ser aprovada pelo governo do Afeganistão. Segundo oficiais afegãos, o
presidente Hamid Karzai estaria disposto a aceitar a presença de tropas
americanas depois de 2014, apesar de ele pedir
publicamente a retirada dos soldados dos EUA.
No entanto, para dizer sim a Washington, alguns
requisitos teriam de ser respeitados, principalmente a exigência de que os
soldados americanos obedeçam à jurisdição das cortes afegãs. Este ano, as
relações entre Estados Unidos e Afeganistão ficaram abaladas depois de uma série
de escândalos envolvendo soldados americanos. Vídeos mostrando soldados
americanos urinando em cadáveres talibãs e posando
ao lado de cadáveres rodaram o mundo e causaram mal-estar entre as
partes.
Além disso, ao menos 51 soldados da Otan morreram atingidos por disparos feitos por soldados afegãos neste ano, o que soou os alarmes do comando da organização internacional. O aumento desses casos obrigou Karzai a destituir o chefe do serviço de inteligência, Rahmatula Nabil.
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