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Netanyahu diz que o certo é buscar acordo de longo prazo

Premiê israelense alertou que ação militar adicional será necessária se o cessar-fogo falhar. Trégua foi anunciada após explosão de ônibus em Tel Aviv

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Garotos palestinos comemoram cessa-fogo em Gaza
Garotos palestinos comemoram cessa-fogo em Gaza - Mohammed Salem/Reuters
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quarta-feira que “a melhor opção para Israel” é aproveitar a chance oferecida pela trégua acertada com o Hamas para tentar um cessar-fogo de longo prazo.
“Eu sei que há aqueles que esperavam uma resposta militar mais intensa, e isso talvez ainda seja necessário, mas neste momento a melhor coisa para Israel é aproveitar a oportunidade de buscar um cessar-fogo de longo prazo”, disse, em uma entrevista coletiva pouco depois do anúncio sobre a trégua.
A oposição não demorou a reagir à decisão, considerando-a um erro que poderá encorajar o grupo terrorista. O Canal 2 de Israel divulgou pesquisa indicando que 70% da população não apoia o cessar-fogo e apenas 24% se declarou favorável (6% não souberam responder). Perguntados sobre quanto tempo acreditam que a trégua vai durar, 64% disseram que vai vigorar por um curto período, 24% disseram que não vai funcionar e 7% afirmaram que terá duração longa.
O chefe do Hamas, Khaled Meshaal, disse, em entrevista coletiva no Cairo, Egito, que se Israel cumprir a trégua, os palestinos farão o mesmo – caso contrário, vão responder da mesma forma. Ele afirmou que não há como negar que as forças israelenses ‘conseguiram muito’. “Não podemos contabilizar quantos prédios eles destruíram em Gaza. Essa é a conquista deles. E os mísseis continuaram a cair até o último minuto”.
O anúncio de que Israel e o Hamas haviam concordado com uma trégua, negociada com a mediação do Egito e dos Estados Unidos, foi feito pelo ministro de Relações Exteriores do Egito, Mohamed Kamel Amr, pouco antes do horário em que o cessar-fogo entraria em vigor (21 horas pelo horário local; 17 horas pelo horário de Brasília).
Segundo a imprensa israelense, numerosos foguetes foram lançados a partir da Faixa de Gaza contra cidades no sul de Israel pouco depois do anúncio. Os moradores foram orientados a continuar atentos mesmo depois que o cessar-fogo entrar em vigor. A Força de Defesa israelense também realizou ataques contra túneis que seriam usados em “atividades terroristas” e lançadores subterrâneos de foguetes. Nos primeiros minutos depois do horário determinado para o início da trégua, houve relatos de que o som de aviões não-tripulados ainda podia ser ouvido a partir de Gaza, onde também houve comemorações com tiros.
O Egito será o fiador do cumprimento do cessar-fogo e estará encarregado de avaliar qualquer observação apresentada pelas partes em relação ao acordo.
O período de duração da trégua não foi especificado, mas a chefe da diplomacia americana afirmou que os Estados Unidos vão buscar um acordo de paz duradouro para a região. “O povo dessa região merece a chance de viver sem medo”, disse a secretária de Estado americana, acrescentando que “nada substituiu uma paz duradoura”. Hillary disse que agora que há uma trégua, trabalhará para alcançar essa solução.
O anúncio foi feito horas depois do ataque a um ônibus em Tel Aviv, que deixou mais de 20 feridos. A Casa Branca condenou o ataque: “Os Estados Unidos vão continuar apoiando seu aliado Israel e oferecendo qualquer assistência necessária para identificar e punir os responsáveis”, diz o comunicado do secretário de imprensa da Casa Branca, Jay Carney. O texto acrescenta que Washington continua a ter um “compromisso inabalável” com a segurança de Israel.
Obama - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, elogiou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu por “concordar com a proposta do Egito”, segundo comunicado divulgado pela Casa Branca. “O presidente expressou seu apreço pelos esforços do premiê em trabalhar com o novo governo egípcio para alcançar um cessar-fogo sustentável e uma solução mais duradoura para este problema”, diz o texto.
O comunicado afirma ainda que Obama havia recomendado a Netanyahu aceitasse a proposta. O gabinete do primeiro-ministro havia afirmado que ele estava pronto para dar uma chance à trégua, advertindo que uma ação enérgica poderia ser necessária se o cessar-fogo falhar.
Ontem, o Hamas e representantes do governo egípcio chegaram a afirmar que uma trégua seria anunciada oficialmente, mas Israel negou que um acordo tivesse sido alcançado.
O vice-premiê e ministro de Inteligência e Energia Atômica, Dan Meridor, ressaltou que Israel nunca negociou diretamente com o Hamas e que todas as conversações foram mediadas por Egito e Estados Unidos. Em declaração publicada pelo jornal The Times of Israel, ele afirmou que Israel “ainda vê Mahmoud Abbas e a Autoridade Palestina como a voz oficial do povo palestino”.
Segundo a imprensa israelense, numerosos foguetes foram lançados a partir da Faixa de Gaza contra cidades no sul de Israel. Os moradores estão sendo orientados a continuarem atentos mesmo depois que o cessar-fogo entrar em vigor. A Força de Defesa israelense afirma ter atingido na última hora três túneis que seriam usados em “atividades terroristas” e dois lançadores subterrâneos de foguetes.
Histórico - No último dia 14, Israel deu início à operação militar “Pilar de Defesa” na Faixa de Gaza, com a justificativa de pôr fim aos ataques do Hamas contra o território israelense. O marco da nova ofensiva foi a morte do chefe do braço militar do grupo terrorista, Ahmed Jabari, em um bombardeio aéreo que atingiu o carro em que o militante estava.

Segundo Israel, a morte de Jabari foi uma mensagem aos membros do Hamas: “Se continuarem a promover o terrorismo contra Israel, vão se machucar". Jabari foi o mais alto membro do Hamas a ser morto desde a ofensiva israelense na Faixa de Gaza no fim de 2008. Chamados por vingança logo foram transmitidos pela rádio do grupo terrorista. "A ocupação abriu as portas do inferno”, disse. “Israel declarou guerra contra Gaza e vai arcar com as consequências", acrescentou a Jihad Islâmica. O Hamas governa Gaza desde 2007, e não reconhece o direito de Israel de existir.

Nos últimos oito dias, foguetes disparados a partir de Gaza alcançaram as regiões de Tel Aviv e Jerusalém. A ofensiva aérea israelense também continuou firme ao longo da semana, ampliando seus alvos militares para prédios públicos e civis, onde membros do Hamas pudessem estar escondidos. O balanço mais recente aponta que mais de 140 palestinos e cinco israelenses morreram no conflito.

Há quatro anos, a operação israelense denominada “Chumbo Fundido” também começou com ataques aéreos semelhantes aos desta semana. Depois, houve uma invasão terrestre. Cerca de 1.400 palestinos e 13 israelenses morreram na ocasião. Desta vez, Israel chegou a autorizar a mobilização de 75.000 reservistas, para o caso de uma invasão por terra.

 

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