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Irã está mais isolado do que nunca, diz porta-voz israelense


Governo israelense está otimista com cessar-fogo, 'pelo menos no curto prazo' 

 
Soldados israelenses se preparam para deixar fronteira da faixa de Gaza, depois que um acordo de cessar-fogo foi firmado entre Israel e líderes do Hamas
Soldados israelenses se preparam para deixar fronteira da faixa de Gaza, depois que um acordo de cessar-fogo foi firmado entre Israel e líderes do Hamas - Yannis Behrakis/Reuters

“O Irã está isolado e mais fraco do que nunca”. A avaliação é do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense, Paul Hirschson. “Sua ligação com o Hamas, com o objetivo de devastar a população civil de Israel, se mostrou fracassada. Esse ideal foi derrotado pelo sistema de defesa israelense, que conseguiu desmantelar uma porção significativa dos mísseis vindos de Gaza, e pela habilidade de Israel de identificar e destruir alvos militares na Faixa. O Irã agora vê o Hamas correr com suas próprias pernas para conseguir parcerias e a proteção do Egito, o que significa se distanciar dos iranianos”.

Nos últimos dias, o governo iraniano foi acusado por Israel de ter fornecido aos grupos palestinos mísseis Fajr-5, de longo alcance, usados contra Tel Aviv e até mesmo Jerusalém ao longo da última semana. Todas as tentativas foram frustradas. A avançada tecnologia militar que Israel possui para interceptar mísseis ajuda a explicar a discrepância no número de mortos dos dois lados do conflito. Na última semana, cinco israelenses morreram em decorrência dos foguetes atirados contra o sul de Israel. Já em Gaza, foram mais de 160 palestinos mortos nos bombardeios da ofensiva israelense.


Mas há outros fatores a ser considerados, segundo Hirschson. “Somos mais organizados e preparados, possuímos as sirenes de alerta, as transmissões de rádio, os abrigos antibombas e a disciplina da população local, que ouve as instruções dos militares e se mostra bastante ágil em sua defesa. Além disso, pelo menos 10% dos mísseis lançados pelo Hamas caíram em próprio território palestino, na Faixa de Gaza. Então, podemos dizer que algumas mortes entre os civis palestinos foram provocadas pelo próprio grupo terrorista. Um terceiro fator que colabora para as mortes do lado palestino é que o Hamas usa sua própria população como escudo humano. Quantos palestinos não foram vítimas do fogo cruzado?”.

Já Filippo Grandi, comissário-geral da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), considera outras razões. “O número de mortos é tão grande entre os palestinos porque Gaza é uma região muito pequena e superlotada, sem contar que os palestinos não têm muitas possibilidades de driblar os bombardeios”.

Neste momento, a UNRWA é responsável por duas guerras simultâneas no Oriente Médio, em Gaza e na Síria. E a ajuda humanitária se faz essencial, mesmo após o acordo de cessar-fogo, já que um grande estrago já foi feito nas fracas estruturas de Gaza. “A assistência financeira é essencial para comida, medicamentos, combustível e outros suprimentos. Mas, além da ajuda humanitária, precisamos também que a comunidade internacional se mobilize para conseguir uma ação política mais ampla. Espero que políticos e diplomatas do mundo todo também se mobilizem para tentar solucionar o problema pela raiz e evitar uma nova guerra no futuro”.

Israel também preferiria um acordo de longo prazo. Mas, por enquanto, a comemoração é moderada. “O cessar-fogo foi um passo importante. Estamos otimistas, pelo menos no curto prazo”, diz o porta-voz. Para o governo israelense, a pergunta que fica é: por quanto tempo o Hamas e outras organizações, como a Jihad Islâmica, vão respeitar a trégua? “É o que vamos ver a seguir. Se for por algumas semanas, o acordo terá sido um fracasso. Se for por alguns meses, já teremos tido algum avanço, mas não o suficiente. Se for por alguns anos, talvez a trégua possibilite que as negociações com a Autoridade Palestina sigam em frente. Se for para sempre, aí sim, seria maravilhoso”.

Um cessar-fogo entre israelenses e palestinos entrou em vigor na noite de quarta-feira, antes que houvesse uma invasão por terra, como ocorreu há quatro anos, com consequências catastróficas. “Israel nunca ‘decidiu’ invadir Gaza. Em 2008/2009, fomos arrastados para uma incursão terrestre para responder a ataques do Hamas. Claro que esperamos que seja diferente desta vez”,

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