Morsi diz que ampliação de poder é apenas para questões sobre 'soberania'
Presidente se reuniu com juízes para discutir crise e diz que decretos não 'infringem' Judiciário egípcio
CAIRO - Em uma tentativa de pôr fim à crise política iniciada no Egito pelo
decreto que baixou na semana passada ampliando seus poderes, o presidente
Mohamed Morsi reuniu-se com os mais importantes juízes do país. O líder afirmou
aos magistrados que a medida imposta na quinta-feira está de acordo com seus
direitos, mas apenas questões relativas à "soberania" não estarão sujeitas à
fiscalização do Judiciário.
Segundo o porta-voz da presidência, Yasser Ali, Morsi declarou aos
magistrados que seu decreto não "infringe" a legislação egípcia ou a competência
do Judiciário - cujo poder de fiscalização sobre o Executivo foi suspenso pela
medida.
Antes da reunião, o Conselho Judicial Supremo sugerira que um meio-termo pudesse ser alcançado, declarando que "questões de soberania" poderiam ser submetidas apenas a Morsi. Essa foi a saída encontrada pelas partes, mas não ficou claro como essa restrição ao poder presidencial será fiscalizada.
Os manifestantes que protestam no centro do Cairo contra a medida - alguns acampados da Praça Tahrir desde quinta-feira - afirmam que não recuarão enquanto o decreto não for completamente cancelado.
"Nossa decisão é continuar na praça. Não sairemos antes que essa declaração seja derrubada", disse Hamdeen Sabahi, político de esquerda, líder do movimento Corrente Popular e ex-candidato a presidente, afirmando que o protesto representa um "Egito que não aceitará um novo ditador, pois já derrubou o antigo".
Vários outros líderes políticos juntaram-se às manifestações, que ocorreram em diversas cidades e cuja repressão do governo havia deixado quase 450 feridos até esta segunda-feira - dos quais ao menos 49 permaneciam internados, segundo o Ministério da Saúde.
Milhares de moradores de Damanhur, cerca de 150 quilômetros ao norte do Cairo, protestaram durante o funeral de Islam Abdel-Maksoud, de 15 anos, morto no domingo enquanto manifestantes anti-Morsi tentavam invadir os escritórios locais da Irmandade Muçulmana - grupo fundamentalista islâmico que forma a base política do presidente.
Na capital, cerca de 10 mil pessoas marcharam contra a morte de Gaber Salah, de 16 anos, que no domingo não resistiu a ferimentos na cabeça durante um protesto contra a Irmandade Muçulmana.
Com a intenção de "evitar um derramamento de sangue", o grupo fundamentalista islâmico suspendeu um "contraprotesto" que estava organizando para hoje na Praça Tahrir, para se opor a uma manifestação organizada no mesmo dia pelos grupos insatisfeitos com os novos poderes do presidente Morsi.
Veja
também:
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Egito diz que solução para a crise é 'iminente'
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Efe
Morsi (centro) discute crise com
integrantes do judiciário
Antes da reunião, o Conselho Judicial Supremo sugerira que um meio-termo pudesse ser alcançado, declarando que "questões de soberania" poderiam ser submetidas apenas a Morsi. Essa foi a saída encontrada pelas partes, mas não ficou claro como essa restrição ao poder presidencial será fiscalizada.
Os manifestantes que protestam no centro do Cairo contra a medida - alguns acampados da Praça Tahrir desde quinta-feira - afirmam que não recuarão enquanto o decreto não for completamente cancelado.
"Nossa decisão é continuar na praça. Não sairemos antes que essa declaração seja derrubada", disse Hamdeen Sabahi, político de esquerda, líder do movimento Corrente Popular e ex-candidato a presidente, afirmando que o protesto representa um "Egito que não aceitará um novo ditador, pois já derrubou o antigo".
Vários outros líderes políticos juntaram-se às manifestações, que ocorreram em diversas cidades e cuja repressão do governo havia deixado quase 450 feridos até esta segunda-feira - dos quais ao menos 49 permaneciam internados, segundo o Ministério da Saúde.
Milhares de moradores de Damanhur, cerca de 150 quilômetros ao norte do Cairo, protestaram durante o funeral de Islam Abdel-Maksoud, de 15 anos, morto no domingo enquanto manifestantes anti-Morsi tentavam invadir os escritórios locais da Irmandade Muçulmana - grupo fundamentalista islâmico que forma a base política do presidente.
Na capital, cerca de 10 mil pessoas marcharam contra a morte de Gaber Salah, de 16 anos, que no domingo não resistiu a ferimentos na cabeça durante um protesto contra a Irmandade Muçulmana.
Com a intenção de "evitar um derramamento de sangue", o grupo fundamentalista islâmico suspendeu um "contraprotesto" que estava organizando para hoje na Praça Tahrir, para se opor a uma manifestação organizada no mesmo dia pelos grupos insatisfeitos com os novos poderes do presidente Morsi.
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