Pular para o conteúdo principal

Governo pode gastar mais R$ 17 bi por ano com trabalhador de baixa renda

Verba pagaria o abono salarial, o salário família e mais um curso de qualificação profissional de 40 horas

RIO - O governo quer fechar até o fim de 2012 uma proposta para gastar R$ 1.000,00 por ano com cada trabalhador formal no País. A verba pagaria o abono salarial, o salário família e mais um curso de qualificação profissional de 40 horas. A despesa anual aumentaria dos R$ 15 bilhões gastos hoje com o abono e salário família para R$ 32 bilhões, segundo Ricardo Paes de Barros, secretário de Ações Estratégicas da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República.
"Estamos em discussões preliminares, mas já em contato com o Ministério do Trabalho, Ministério da Fazenda e Ministério da Previdência Social, porque há vários detalhes operacionais para fazer isso", contou Paes de Barros.
Hoje, o governo gasta R$ 12 bilhões por ano com o pagamento de abono salarial, mas passaria a gastar R$ 14 bilhões. A ideia é que o pagamento, atualmente feito a qualquer pessoa que tenha ingressado no mercado formal há pelo menos cinco anos e trabalhe um dia no ano, passe a ser feito a todos os trabalhadores que entrem na formalidade, mas proporcionalmente ao tempo trabalhado no ano. "A gente poupa porque não paga o abono integral a todos, mas gasta mais porque estende o benefício a todo mundo, principalmente aos jovens", disse o secretário.
Já o benefício do salário família, que atualmente é pago apenas aos empregados formais que recebem até cerca de R$ 912,00, passaria a ser concedido a todos os empregados que ganham até dois salários mínimos. Desta forma, o gasto do governo passaria dos R$ 3 bilhões atuais para R$ 5 bilhões.
Os outros R$ 13 bilhões seriam gastos em programas de qualificação aos trabalhadores nessa faixa de renda. O crédito, uma espécie de "cupom qualificação" de 40 horas para cada trabalhador por ano, seria utilizado com o consentimento do empregador. "A vantagem da qualificação é induzir a criação de um plano de carreira na empresa", contou Paes de Barros. "A ideia aqui é estimular uma relação estável de trabalho."
A Secretaria ainda não definiu de onde viriam todos os recursos necessários para colocar o plano em prática, mas já estuda a proposta há cerca de um ano. "O FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), claro, vai ter parte nisso. A Previdência vai ter uma parte nisso. Pode ser que o Ministério da Educação tenha uma parte nisso", declarou o secretário.
Com a medida, o governo pretende estimular o aumento da formalidade entre os trabalhadores de menor qualificação, reduzindo assim a alta rotatividade no mercado de trabalho e aumentando a produtividade. A ideia é dar a esses trabalhadores que recebem até dois salários mínimos um adicional entre 10% a 15% do seu rendimento em benefícios a cada ano.
"Não estamos apresentando nada muito novo, mas exigirá uma necessidade de reorganização considerável. As pessoas vão perceber que elas vão ganhar o salário mais esses R$ 1.000,00. Mas elas só vão ganhar esses R$ 1.000,00 se trabalharem os 12 meses. Se trabalharem um mês, vão receber apenas 1/12 disso", explicou Paes de Barros

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular