Farc pedem que EUA ajudem negociação indultando guerrilheiro
Simón Trinidad, membro do comitê envolvido numa negociação de paz com o governo colombiano está preso
HAVANA - A guerrilha Farc afirmou nesta sexta-feira, 23, que os Estados
Unidos dariam uma "imensa" colaboração ao processo de paz da Colômbia se
atendessem ao pedido do grupo para indultar seu dirigente Simón Trinidad, membro
do comitê atualmente envolvido numa negociação de paz com o governo colombiano.
O chamado chanceler das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Ricardo Téllez, mais conhecido como Rodrigo Granda, leu nota do grupo junto a uma silhueta de cartolina de Trinidad em tamanho natural, antes de entrar para o quarto dia de reuniões em Havana, Cuba. "Solicitamos ao presidente dos Estados Unidos que, no uso da sua faculdade de indultar, permita que Simón Trinidad, delegado de paz das Farc-EP, possa ter presença física na mesa de conversações em Havana", disse a nota.
"Imensa contribuição para a paz na Colômbia faria o governo dos Estados Unidos com esse gesto de humanidade", acrescentou a guerrilha, que agradeceu ao presidente norte-americano, Barack Obama, por seu apoio verbal ao processo de paz colombiano.
Trinidad, cujo nome verdadeiro é Ricardo Palmera, cumpre pena de 60 anos numa prisão norte-americana. Sua presença na mesa de diálogo é pleiteada pelas Farc desde o início da aproximação preliminar para a negociação, que começou de fato na segunda-feira. Nenhuma das partes disse até agora se ele esteve presente virtualmente nas reuniões.
Trinidad participou entre 1999 e 2002 de outro processo de paz com o governo, naquela que foi a terceira tentativa frustrada para acabar com uma guerra civil que já dura quase meio século. Ele foi preso em 2004 no Equador e deportado para Bogotá, de onde foi extraditado para os Estados Unidos.
O pedido de indulto das Farc foi feito no dia seguinte à liberação de quatro reféns chineses da guerrilha - três trabalhadores petroleiros e seu intérprete. Eram os últimos reféns de relevância política nas mãos do grupo, que prometeu não realizar mais sequestros.
Governo colombiano e guerrilha se dizem moderadamente otimistas com o processo de paz, e as Farc declararam na semana passada um cessar-fogo unilateral de dois meses, até 20 de janeiro, para facilitar o diálogo. Já o governo do presidente Juan Manuel Santos disse que não suspenderá suas ações militares.
Fontes disseram à Reuters que as negociações em Havana devem prosseguir no fim de semana. O processo se desenrola sobre uma pauta de cinco itens, incluindo a reforma agrária e a participação política de guerrilheiros eventualmente desmobilizados.
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Granda (direita) lê nota ao lado de imagem
de Trinidad
O chamado chanceler das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Ricardo Téllez, mais conhecido como Rodrigo Granda, leu nota do grupo junto a uma silhueta de cartolina de Trinidad em tamanho natural, antes de entrar para o quarto dia de reuniões em Havana, Cuba. "Solicitamos ao presidente dos Estados Unidos que, no uso da sua faculdade de indultar, permita que Simón Trinidad, delegado de paz das Farc-EP, possa ter presença física na mesa de conversações em Havana", disse a nota.
"Imensa contribuição para a paz na Colômbia faria o governo dos Estados Unidos com esse gesto de humanidade", acrescentou a guerrilha, que agradeceu ao presidente norte-americano, Barack Obama, por seu apoio verbal ao processo de paz colombiano.
Trinidad, cujo nome verdadeiro é Ricardo Palmera, cumpre pena de 60 anos numa prisão norte-americana. Sua presença na mesa de diálogo é pleiteada pelas Farc desde o início da aproximação preliminar para a negociação, que começou de fato na segunda-feira. Nenhuma das partes disse até agora se ele esteve presente virtualmente nas reuniões.
Trinidad participou entre 1999 e 2002 de outro processo de paz com o governo, naquela que foi a terceira tentativa frustrada para acabar com uma guerra civil que já dura quase meio século. Ele foi preso em 2004 no Equador e deportado para Bogotá, de onde foi extraditado para os Estados Unidos.
O pedido de indulto das Farc foi feito no dia seguinte à liberação de quatro reféns chineses da guerrilha - três trabalhadores petroleiros e seu intérprete. Eram os últimos reféns de relevância política nas mãos do grupo, que prometeu não realizar mais sequestros.
Governo colombiano e guerrilha se dizem moderadamente otimistas com o processo de paz, e as Farc declararam na semana passada um cessar-fogo unilateral de dois meses, até 20 de janeiro, para facilitar o diálogo. Já o governo do presidente Juan Manuel Santos disse que não suspenderá suas ações militares.
Fontes disseram à Reuters que as negociações em Havana devem prosseguir no fim de semana. O processo se desenrola sobre uma pauta de cinco itens, incluindo a reforma agrária e a participação política de guerrilheiros eventualmente desmobilizados.
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