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Síria adverte que usará armas químicas se sofrer ataque externo

Em seu primeiro reconhecimento de que possui armas de destruição em massa, regime de Damasco promete, porém, que não usará armamento contra população civil

O regime sírio ameaçou nesta segunda-feira usar suas armas químicas e biológicas se for alvo de ataque estrangeiro, em seu primeiro reconhecimento de que possui armas de destruição em massa. O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores sírio, Jihad Makdissi, afirmou, porém, que Damasco não usará armas não convencionais contra seus próprios cidadãos.
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Damasco não assinou uma convenção internacional de 1992 que proíbe a utilização, produção ou estocagem de armas químicas, mas oficiais, no passado, negaram que tinham qualquer estoque.
Os anúncios foram feitos enquanto a Síria enfrenta o isolamento internacional, uma rebelião tenaz que deixou ao menos 19 mil mortos desde março de 2011 e ameaças de Israel de que pode atacar o país para evitar que tais armas caiam nas mãos de seus oponentes.
Entretanto, o momento da decisão síria de confirmar a existência de suas armas químicas sugere um regime desesperado profundamente estremecido por uma uma revolta vigorosa que conseguiu uma série de sucessos na última semana, incluindo um surpreendente ataque a bomba que matou quatro autoridades graduadas do regime, a captura de vários postos de fronteira e ofensivas contra os redutos governistas de Damasco e Aleppo.
"Nenhuma arma química ou biológica será usada, repito, será usada durante a crise na síria independentemente do que aconteça internamente no país", disse Makdissi em uma coletiva na TV estatal síria. "Esse tipo de armamento está estocado e sob segurança e supervisão direta das Forças Armadas sírias e nunca será usado se a Síria não for exposta à agressão externa."
Mais tarde, o governo sírio tentou recuar do anúncio, enviando a jornalistas uma emenda à declaração lida por Makdissi acrescentando a frase "se qualquer", em uma tentativa de voltar à posição prévia de nem confirmar ou negar a existência de armamento não convencional.
Subsequentemente, o regime criticou a mídia estrangeira por tirar suas declarações de contexto e se concentrar no anúncio das armas químicas em vez de sua tentativa de "responder a uma campanha midiática voltada para preparar a opinião mundial para uma intervenção externa na Síria sob o falso pretexto de que usará armas de destruição em massa dentro do país".
Acredita-se que a Síria tenha agentes neurológicos e gás mostarda, mísseis Scud capazes de carregar tais armas letais e uma variedade de avançadas armas convencionais, incluindo foguetes antitanque e avançados mísseis antiaéreos portáteis.
Israel disse temer que o caos que se seguirá à queda de Bashar al-Assad poderia permitir aos inimigos do Estado judeu acesso às armas químicas sírias e não descartou uma intervenção militar para evitar que isso aconteça.
Uma graduada autoridade de inteligência dos EUA disse na sexta-feira que os sírios retiraram seu material de armas químicas do norte do país, onde os combates são mais duros, em uma medida voltada para a segurança do aparato e para sua consolidação, o que oficiais americanos consideraram um passo responsável.
Mas também houve um aumento perturbador na atividade dentro das instalações, então a comunidade de inteligência americana está intensificando seus esforços de monitoramento para rastrear as armas e tentar descobrir se os sírios estão tentando usá-las, disse a autoridade sob condição de anonimato.
Proposta da Liga Àrabe
Em meio à pressão internacional e à ofensiva rebelde nas duas maiores cidades do país, as forças de Assad lançaram contra-ofensivas ferozes, refletindo sua determinação de se manter no poder mesmo com grande custo. Além disso, o líder sírio rejeitou uma oferta árabe para lhe conceder uma saída segura em troca de uma renúncia rápida.
Desafiando os chanceleres árabes, que no domingo ofereceram a Assad uma "saída segura" se ele renunciasse rapidamente, o líder sírio travou um contra-ataque na capital para derrotar os rebeldes distrito por distrito.
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Makdissi condenou os pedidos para que a Assad renuncie na reunião de chanceleres árabes no Catar no fim de semana, chamando de "intervenção flagrante" nos assuntos internos da Síria.
Reunidos em Doha, os ministros da Liga Árabe exortaram a oposição e o Exército Sírio Livre, dos rebeldes, a formar um governo de transição, disse o primeiro-ministro do Catar, xeque Hamad bin Jassim al-Thani, em coletiva em Doha.
Nesta segunda-feira, o Exército bombardeou as forças rebeldes na cidade de Aleppo, ao norte, e invadiram o bairro de Nahr Aisha, na parte sul de Damasco, invadindo lojas e casas e queimando alguns deles, disseram ativistas.

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