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Espanha pode precisar de resgate de € 300 bilhões

Informação é negada pelo governo, apesar de ministro da Economia espanhol já ter admitido que alta de custos da dívida preocupam

Manifestação contra o desemprego em Madri
Manifestação contra o desemprego em Madri                                     
A Espanha pode pedir resgate de 300 bilhões de euros à União Europeia (UE) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), conforme divulgado pela agência Reuters nesta sexta-feira. Essa opção teria sido reconhecida pelo ministro da Economia do país, Luis de Guindos, em encontro com Wolfgang Schaeuble, ministro da mesma pasta na Alemanha, na última quarta-feira. Isso seria necessário caso os custos de empréstimos continuarem altos de forma insustentável, como tem sido nos últimos meses.
Contudo, o Ministério da Economia espanhol negou essa opção. A vice-presidente do governo, Soraya Saénz de Santamaría afirmou ao site do jornal espanhol El Mundo que “não vai haver resgate e que este nem é uma opção”. De Guindos já havia falado na semana passada que a Espanha não precisará de resgate da União Europeia (UE), mas admite que o alto endividamento do país é um dos empecilhos para solucionar a crise.
Segundo a Reuters, De Guindos falou à Schaeuble que, à medida que os custos de empréstimo do país subirem para 7,6%, haveria necessidade de mais dinheiro do que o já acertado com a União Europeia, de até 100 bilhões de euros para sanar a saúde financeira de seus bancos. Estimativas de consultorias dão conta de que os bancos do país precisem de 16 bilhões a 62 bilhões de euros para sanar suas finanças.
Porém, o ministro alemão teria respondido que não estava disposto a considerar uma ajuda antes de o fundo de resgate permanente o bloco monetário, o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (ESM, na sigla em inglês), entrar em operação até o final do ano. Uma vez que o ESM estiver em operação, a União Europeia poderia analisar os custos dos empréstimos para a Espanha e “talvez” voltar a discutir a questão.
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No dia 19 de julho, o Tesouro espanhol captou 2,981 bilhões de euros a dois, cinco e sete anos com juros em alta, em meio à inquietação dos mercados sobre o futuro do país na eurozona e no mesmo dia em que a Alemanha deve ratificar o plano de ajuda aos seus bancos.
Nesta sexta-feira saíram dados sobre desemprego na Espanha. Segundo o Instituto Nacional de Estatística do país, a taxa de desemprego alcançou no segundo trimestre deste ano 24,63% da população economicamente ativa, o maior nível já registrado pela instituição. O número de desempregados aumentou em 53.500, chegando agora à impressionante marca de 5,69 milhões de pessoas. O recorde anterior era de 24,55%, alcançado em 1994.
O jornal francês Le Monde informa que o presidente francês, François Hollande, teria telefonado para a chanceler alemã, Angela Merkel, nesta sexta-feira para discutir a situação da Espanha. Além disso, diz que o Banco Central Europeu (BCE) estaria preparando uma ação com os membros da eurozona para limitar a alta dos juros dos bônus de dívida da Espanha e Itália. Acredita-se que a Espanha possa ser uma nova Grécia em problemas para o euro.
Leia ainda: Rei da Espanha reduz próprio salário para ajudar país contra a criseOutra greve na Espanha 'é inevitável' se austeridade prosseguir, diz sindicato

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