Metade da missão da ONU na Síria abandona o país
Observadores deverão trabalhar com enfoque mais político e menos militar
Há cerca de 350 observadores da ONU na Síria
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Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
"Não posso dar números exatos, mas trata-se aproximadamente de metade dos observadores", disse Fawzi. O porta-voz disse que a medida foi tomada para 'reconfigurar os objetivos da missão e se concentrar mais em aspectos políticos do que em aspectos militares' seguindo a proposta do secretário-geral da organização.
A UNSMIS suspendeu suas operações em 16 de junho devido ao aumento da violência na Síria, e o objetivo da ONU é que os 'boinas azuis' que permaneçam no país fomentem o diálogo e alcancem acordos pontuais para diminuir a tensão. Segundo a proposta que Ban enviou aos 15 membros do Conselho de Segurança, seguirá existindo 'um componente militar desarmado' da UNSMIS, que permanecerá com sua função de investigação e visitando locais onde ocorram massacres.Visita - A retirada de aproximadamente 150 observadores da Síria acontece poucos dias depois de o Conselho de Segurança decidir ampliar em 30 dias o mandato da UNSMIS. A notícia coincide com a visita a Damasco do subsecretário-geral para Operações de Paz das Nações Unidas, Hervé Ladsous, que declarou nesta quarta à imprensa que os observadores têm uma dura missão na Síria.
"Os diplomatas deveriam ser sempre otimistas. Estou de acordo que a situação é pior agora do que antes, mas confio que os círculos viciosos acabarão e o diálogo começará", disse Ladsous, que chegou na terça-feira em Damasco. O subsecretário-geral informou que se reuniu com oficiais sírios para avaliar a situação e apresentar a eles o novo responsável da missão, o senegalês Babacar Gaye.
França - Também nesta quarta-feira, a Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) e a Liga de Direitos Humanos (LDH) exigiram que a justiça francesa investigue o papel das empresas francesas no conflito da Síria, especialmente a companhia tecnológica Qosmos, que é acusada de vender equipamentos de vigilância para o regime de Bashar Assad.
O produto, chamado 'Deep Packet Inspection', serve para analisar em tempo real dados digitais que circulam pela internet, e pode estar sendo utilizado pelo governo sírio para rastrear as comunicações da população e dos ativistas.
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