Fitch mantém nota do Brasil, mas diz que economia do país perdeu ritmo
Agência alertou para riscos de expansão excessiva do crédito.
Fitch espera crescimento de 4,5% para a economia do país em 2013.
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A agência de classificação de risco Fitch informou, nesta quinta-feira (26), que manteve em "BBB" a nota de crédito do Brasil, com perspectiva estável. A nota do Brasil está nesse patamar desde abril de 2011.
Segundo a agência, o rating do país reflete um equilíbrio entre as fortes contas externas, uma base econômica diversificada, um sistema bancário bem capitalizado e o consenso sobre o impulso das políticas econômicas de um lado; e, de outro, o relativamente alto endividamento do governo, baixos níveis de investimento e ritmo lento de reformas.A Fitch afirma esperar que os fundamentos de crédito do país permaneçam resistentes às elevadas ameaças de riscos externos e seu impacto desfavorável sobre o crescimento da economia. A agência apontou, no entanto, que a economia brasileira perdeu ritmo, e que a desaceleração do crescimento se provou mais profunda e prolongada do que o esperado.
"Apesar disso, a Fitch espera que o crescimento do Brasil acelere de 2,5% em 2012 para 4,5% no próximo ano, incentivada por estímulos monetários e outros, ainda que haja riscos decorrentes do panorama macroeconômico global desafiador e incertezas relativas à efetividade desses estímulos", diz a Fitch em nota.
Ainda no comunicado, a agência aponta que essa desaceleração mostra que há necessidade de maiores reformas para aumentar a competitividade e promover o investimento no país.
Sobre o sistema bancário, a agência aponta que está adequadamente capitalizado, mas que o afrouxamento das regras para acelerar o crescimento do crédito pode aumentar as vulnerabilidades do setor.
A avaliação de risco de investimento é um sistema de nota desenvolvido por agências de análise de riscos para alertar os investidores de todo o mundo sobre os perigos do mercado em que eles escolhem para aplicar seu dinheiro.
A partir da nota de risco recebida por determinado país, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros maiores) compensa o risco de perder o capital investido por causa da instabilidade do país em questão.
O principal benefício de o país se tornar "investment grade" é atrair grandes investidores de países desenvolvidos que, por regras dos seus estatutos, só podem investir em ativos considerados de baixo risco.
A classificação da Fitch tem 23 categorias. A principal, AAA, é atribuída a países como Alemanha, Estados Unidos e Suíça. A D, que não é atribuída a nenhum país, é a mais baixa. Países classificados abaixo da categoria BBB- são considerados de "grau especulativo".
De acordo com a agência, o rating "BBB" (BBB+, BBB e BBB-) indica que há baixa expectativa de risco de crédito. A capacidade de pagamento de compromissos financeiros é considerada "adequada".
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