Assad levou armas químicas para fronteiras, diz oposição
Regime sírio admitiu na véspera que possui armas de destruição em massa e ameaçou usá-las no caso de uma intervenção de forças estrangeiras
Bombardeios na Síria
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Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
A denúncia é feita um dia depois do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Síria, Jihad Maqdisi, afirmar que o regime não tem a intenção de empregar armas químicas no interior do país, mas poderia usá-las diante de uma eventual intervenção de forças estrangeiras em meio à guerra civil no país.
"Nenhum arma química será utilizada na Síria, independentemente do desenvolvimento dos eventos", apontou Maqdisi. "Essas armas estão vigiadas e armazenadas, e não serão empregadas a menos que a Síria se exponha a uma agressão externa", acrescentou o porta-voz.
As declarações do representante do governo sírio foram consideradas uma ameaça pelas potências ocidentais. O presidente dos EUA, Barack Obama, alertou Assad para não cometer o "trágico erro" de utilizar armas químicas porque, caso contrário, o regime será responsabilizado perante a comunidade internacional.
"Continuaremos deixando claro a Assad e a seus parceiros que o mundo está vigiando e que terão que prestar contas à comunidade internacional e aos EUA caso cometam o trágico erro de utilizar essas armas", disse o democrata.
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Segundo as informações do Exército Livre Sírio, o governo de Assad começou há meses a transferir os armazéns de armas de destruição em massa, como parte de sua "dupla tática de criar uma crise regional e desenhar uma defesa estratégica atemorizando os países ao redor", afirma a nota do ELS.
O comunicado ressalta que os rebeldes não querem apenas a derrocada de Bashar Assad, mas também a queda de todos seus símbolos e pilares, "porque o problema principal é a estrutura do regime sírio, que é inamovível".
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