Alemanha alerta BCE contra compra de dívida de Espanha e Itália
Governo Angela Merkel critica possível medida da autoridade monetária para ajudar as economias de Itália e da Espanha
O ministro da Economia da Alemanha, Philipp Roesler, alertou o Banco Central Europeu (BCE) contra qualquer aquisição de títulos em larga escala, em meio a especulações nos mercados de que a instituição está em vias de comprar mais dívida italiana e espanhola para reduzir as taxas dos papéis.
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Roesler também é vice-primeiro-ministro e líder do partido Liberal Democrata Livre, membro minoritário da coalizão de governo liderada pela chanceler Angela Merkel. Em entrevista ao Neue Osnabruecker Zeitung (OZ), neste sábado, ele declarou que o BCE tem de permanecer independente.
"Preservar a estabilidade de preços deve ser o papel principal do BCE, e não o financiamento de dívida estatal. A compra de títulos governamentais não pode ser uma solução permanente. Nós só poderemos estabelecer uma nova confiança na zona do euro se a disciplina orçamentária for estritamente mantida e as reformas estruturais, implementadas", afirmou Roesler.
O presidente do BCE, Mario Draghi, prometeu na quinta-feira fazer tudo o que for necessário para proteger a zona do euro do colapso, o que alimentou a esperança de um novo programa ambicioso. Os mercados financeiros reagiram a essa promessa.
O jornal alemão Welt am Sonntag traz o ministro das Finanças Wolfgang Schaeuble dizendo que as necessidades de financiamento da Espanha no curto prazo "não são tão grandes”.
Questionado sobre a possibilidade de a Espanha pedir em breve que o fundo de resgate da zona do euro compre seus títulos, ele respondeu: "Não há nada a esta especulação."
"As altas taxas de juros são dolorosas e eles criam um monte de preocupação - mas não é o fim do mundo se alguém tem que pagar uma pequena percentagem mais em alguns leilões de títulos poucos", Schaeuble foi citado como dizendo.
Ele acrescentou que um pacote de ajuda no valor de até 100 bilhões de euros (R$ 249 bilhões) para ajudar os bancos da Espanha, que são carregados com investimentos podres após colapso do setor imobiliário, é "suficientemente grande". Os esforços para cortes no orçamento e as reformas econômicas da Espanha terão efeitos positivos “nos mercados financeiros também”, insistiu.
A crise na zona do euro se intensificou com a elevação dos custos da Espanha para tomar empréstimos no mercado e pelo reconhecimento, por parte das autoridades da União Europeia, de que a Grécia está muito longe de cumprir as metas impostas pelo pacote de ajuda concedido ao país.
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