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Com crise na Europa, bolsas têm perdas nesta 2ª feira

Índices de ações reagem negativamente a notícias de que regiões espanholas pedirão ajuda financeira a Madri e de que a UE não ajudará mais a Grécia

Sede do Banco Central Europeu em Frankfurt
Analistas esperam aprofundamento da crise no euro, após saída da Grécia                                     
As bolsas americanas e europeias fecharam em queda nesta segunda-feira, com os investidores vendendo ativos de risco, incluindo o petróleo e o euro, em meio aos renovados temores com a crise da dívida na Europa, em especial da Espanha e da Grécia.
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York perdeu 101,11 pontos (0,79%), finalizando a 12.721,46 pontos. O Nasdaq recuou 35,15 pontos (1,20%), para 2.890,15 pontos, enquanto o S&P 500 teve retração de 12,14 pontos (0,89%), para 1.350,52 pontos.
Crise espanhola – Reportagem do jornal espanhol El País publicada no fim de semana afirmou que seis regiões autônomas, incluindo a Catalunha, precisarão de ajuda. Com as evidências de que a situação dos governos regionais está crítica, cresceu a sensação de que o país precisará de um resgate total, e não apenas para os bancos.
Para piorar, o Banco da Espanha previu no relatório econômico mensal divulgado nesta segunda que dados preliminares indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) local teve contração de 0,4% no segundo trimestre ante o primeiro, e de 1,0% sobre o segundo trimestre do ano passado.
Diante deste quadro, o yield do bônus espanhol de dez anos atingiu a máxima histórica de 7,59%.
Grécia fora do euro – O humor dos investidores também foi afetado pelos receios com a Grécia. De acordo com reportagem da revista alemã Der Spiegel, o Fundo Monetário Internacional (FMI) sinalizou para a União Europeia (UE) que não participará mais da ajuda financeira a Atenas, o que significa que o país pode ficar sem dinheiro em setembro.
O FMI manifestou-se sobre a reportagem em nota à imprensa em que diz apenas que "está apoiando a Grécia na superação das dificuldades econômicas". Uma equipe da troika de credores internacionais – formada por FMI, Comissão Europeia (CE) e Banco Central Europeu (BCE) – deverá chegar à capital grega na terça-feira para iniciar a primeira revisão do segundo pacote de resgate oferecido ao país.
Leia mais: Moody's coloca Alemanha, Holanda e Luxemburgo sob vigilância negativa
Grécia continuará no euro, mas ajuda só chega em setembro

Bolsas europeias – Este mesmo quadro desolador fez com que as bolsas europeias fechassem com fortes baixas. O índice Stoxx Europe 600 recuou 2,5% e encerrou o pregão aos 251,75 pontos, depois de perder 1,4% na sessão anterior.
As ações no continente estão sob pressão desde a semana passada, quando a Espanha revisou para baixo suas projeções de PIB para 2013 e 2014 e a região espanhola de Valência anunciou que vai buscar ajuda do governo federal para refinanciar sua dívida. No fim de semana, a região de Múrcia afirmou que também vai pedir ajuda de Madri em setembro.
Apesar de a Espanha estar no "centro do furacão", o índice Ibex-35 teve a menor queda entre as principais praças europeias, recuando 1,1%, para 6.177,40 pontos. A Telefónica caiu 2,1%, mas os grandes conglomerados financeiros recuperaram-se no final da sessão, com Santander e BBVA avançando 0,3% e 1%, respectivamente.
A maior queda foi do índice Dax, de Frankfurt, que perdeu 3,18% e encerrou o dia aos 6.419,33 pontos, depois de garantir um ganho de 1,11% ao longo da semana passada. O banco Commerzbank e a fabricante de cimento HeidelbergCement apresentaram expressivas perdas de 6,1% e 6%, respectivamente.
Em Londres, o índice FTSE-100 caiu 2,09%, para 5.533,87 pontos. Todas as ações fecharam em baixa e os bancos tiveram perdas pesadas, com o Royal Bank of Scotland sofrendo queda de 3,3% e o HSBC recuando 3,5%.
O índice CAC-40, de Paris, encerrou aos 3.101,53 pontos, com baixa de 2,89%. Como em outras praças, as ações do setor financeiro sentiram o maior impacto: Crédit Agricole e BNP Paribas despencaram 5,5%, Axa perdeu 5,4% e Société Générale teve queda de 4,6%.
A Bolsa de Atenas tombou 7,1%, com o índice ASE acabando o dia aos 586,04 pontos.
Em Milão, na Itália, o índice FTSE Mib terminou com desvalorização de 2,76%, aos 12.706,36 pontos. Os negócios com grandes bancos ficaram suspensos por cerca de uma hora depois de a Consob – órgão regulador do mercado de capitais do país – proibir vendas a descoberto de ações financeiras durante toda a semana. Determinação semelhante foi anunciada na Espanha, que nesta segunda-feira, pela primeira vez, baniu vendas a descoberto de todos os tipos de ações.
No setor financeiro italiano, Intesa SanPaolo e Unicredit recuaram 1,8% e 0,2%, respectivamente, e a seguradora Generali caiu 2,5%. O Banca Monte dei Paschi di Siena, após uma sessão volátil, avançou 4%.
Repercussão – "É possível que estejamos entrando no período que determinará o futuro da zona do euro", disse Gary Jenkins, diretor-gerente da Swordfish Research. "Na sexta, pareceu que o mercado desistiu da Espanha."
"Os mercados estão percebendo que os ganhos dos últimos dias têm sido uma enganação", afirma Uri Landesman, presidente da gestora de fundos Platinum Partners. "Existem notícias muito ruins lá fora. Com todas as regiões espanholas caindo aos pedaços, como será que o governo central está indo?", questionou.
Para David Joy, estrategista-chefe de mercado da Ameriprise Financial, os investidores do mercado de ações estão correndo para os papéis de companhias de grande capitalização que pagam bons dividendos, além de outros setores defensivos. "Não é muito excitante, mas certamente é um porto seguro comparado com alguns setores cíclicos."
Moedas – No mercado de câmbio, o euro caiu para o nível mais baixo frente ao dólar desde junho de 2010. A moeda europeia recuperou algum terreno ao longo do dia, mas o movimento de queda foi retomado no fim da tarde, depois de a Moody's rebaixar para "negativa" a perspectiva dos ratings soberanos de Alemanha, Holanda e Luxemburgo.
"Os investidores estão preocupados com a possibilidade de a zona do euro se fragmentar. A incerteza que cerca a saúde da Europa no futuro está criando uma tensão enorme e levando a vendas da moeda única", comentou Andrew Wilkinson, economista-chefe e estrategista da Miller, Tabak & Co.
Para Eric Viloria, estrategista da Forex.com, "o caminho de menor resistência para o euro é para baixo". Ele disse acreditar que o euro testará o nível psicologicamente importante de 1,20 dólar em algum momento nesta semana, embora seja provável alguma atividade de realização de lucros à medida que a cotação se aproxime desse patamar.
No fim da tarde em Nova York, o euro estava cotado a 1,2117 dólar, de 1,2155 dólar na sexta-feira, depois de ter caído à mínima de 1,2067 dólar. O iene estava cotado a 78,40 por dólar, de 78,48 por dólar na sexta-feira; o franco suíço estava cotado a 0,9911 por dólar, de 0,9881 por dólar na sexta-feira; a libra estava cotada a US$ 1,5508, de US$ 1,5624 na sexta-feira.

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