Pular para o conteúdo principal

Escuta indica aval de Agnelo a grupo de Cachoeira


Governador do DF avalizou exploração de linhas por contraventor, via Delta, antes de licitação 

BRASÍLIA - Novas escutas da Polícia Federal indicam que o governador Agnelo Queiroz (PT) deu aval para que o esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, explorasse linhas de ônibus no Distrito Federal antes de a licitação para o serviço ser lançada.
Conforme as interceptações telefônicas, obtidas com autorização judicial, os diretores da Delta Construções, empreiteira suspeita de envolvimento no esquema do contraventor, chegaram a marcar uma reunião com o petista para 29 de fevereiro, dia em que foi deflagrada a Operação Monte Carlo, com a prisão de Cachoeira e vários integrantes do grupo.
Numa das conversas, de 27 de fevereiro deste ano, o araponga Idalberto Matias, o Dadá, relata ao ex-diretor da empreiteira no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, que interlocutores de Agnelo, entre eles o ex-servidor da Casa Militar Marcello Lopes, o Marcelão, lhe deram sinal verde para que a empresa entrasse no negócio. "Tivemos uma reunião com o camarada lá ontem, o ‘xará’, eu e o Marcelão. Ele falou para avisar para você que quarta-feira está marcada a reunião. Se o assunto for ônibus, o governador quer fechar com a empresa. Se for outro assunto, ele está à disposição", informou Dadá.
Os dois também citam uma suposta interferência de assessores do vice-governador do DF, Tadeu Filippelli (PMDB), em favor da Delta. Em outro telefonema, interceptado horas depois, Abreu diz ter recebido de pessoas ligadas ao peemedebista o mesmo aval: "Fechou o circuito, porque o pessoal do Filippelli já tinha ontem (26/2) falado para nós que já estava fechado. E agora vem o governador falar isso também. Então, ficou bom demais, né?".
A licitação para o serviço de ônibus foi lançada em 10 de março, mas o Tribunal de Contas do DF (TC-DF) a suspendeu em maio, alegando falhas no edital. A decisão foi tomada antes da abertura de propostas, o que, segundo a Secretaria de Transportes do DF, impossibilita saber quais empresas estavam no páreo.
Às vésperas da suposta reunião com Agnelo, Abreu foi ao Rio de Janeiro e acertou a participação do principal acionista da Delta, Fernando Cavendish, e do diretor executivo da empreiteira, Cláudio Abreu, no encontro. "Eu e o Fernando vamos estar amanhã com o governador. O negócio está marcado lá, amanhã à tarde, e parece que o governador mandou o homem pagar a gente", diz ele a um funcionário, em conversa de 28 de fevereiro.
No dia seguinte, a PF deflagrou a Operação Monte Carlo, a partir da qual os áudios obtidos pela PF escasseiam. Não fica claro, pelos grampos, se o encontro, de fato, ocorreu.
Questionado pelo Estado nesta terça-feira, 26, Agnelo negou ter negociado com a empresa ou se reunido com seus dirigentes. Sua assessoria, no entanto, não informou a agenda do governador naqueles dias. A Delta explicou que seus diretores "jamais, em tempo algum" estiveram reunidos com o petista.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p