Uruguai e Chile descartam aplicar sanções contra Paraguai
Chefe da OEA diz que organização não tem atribuições para intervir no país
Países condenam destituição de ex-presidente Fernando Lugo, mas afirmam não querer 'prejudicar os paraguaios'
Uruguai e Chile anunciaram nesta terça-feira que não vão aplicar sanções econômicas ao Paraguai, apesar de condenar o impeachment do ex-presidente Fernando Lugo. No domingo, Argentina, Brasil e Uruguai decidiram suspender o Paraguai do direito de participar da reunião de cúpula do Mercosul por ‘ruptura da ordem democrática’, sendo que Lugo confirmou presença no evento.“Entendemos que tenha acontecido, de um ponto de vista real, uma espécie de golpe de estado parlamentar, mas não concordamos com sanções econômicas, isolamento político, nem nada disso, porque quem acaba pagando é a população”, disse José Mujica, presidente urugaio. Ele também adiantou que esta será a posição que o Uruguai levará à reunião do Mercosul, marcada para quinta e sexta-feira em Mendoza, na Argentina.
Já o chanceler chileno Alfredo Moreno disse que o seu país ‘não chegará ao extremo’ de aplicar sanções comerciais ao Paraguai por causa da destituição de Lugo, que considera ‘legal, porém ilegítima’. “O Chile não vai tomar medidas que constituam um dano à população do Paraguai, como chegar ao extremo de sanções comerciais”, disse Moreno.
O chanceler explicou que a Unasul (União das Nações Sul-Americanas) está analisando como reagir à situação e que os presidentes dos países do bloco se reunirão nos próximos dias para tomar uma posição comum.
OEA - Paralelamente, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, afirmou nesta segunda-feira que o organismo não tem atribuições para intervir no Paraguai. “Ninguém tem atribuição para intervir”, disse Insulza em referência à crise provocada pelo julgamento político contra o ex-presidente paraguaio, sob a acusação de mau desempenho de suas funções.
“Quando a OEA age, é principalmente para tentar resolver os conflitos, inclusive no caso de Honduras, que foi um golpe de estado”, explicou Insulza. “Também é a opinião da Unasul, onde ninguém disse que é preciso intervir no Paraguai”, disse.
Insulza explicou que o papel da OEA não é este. “Não vamos arbitrar o problema. Não somos um tribunal que dirá quem tem a razão. O que nós podemos fazer é buscar uma saída construtiva”, explicou. “Há uma crise constitucional no Paraguai, um 'encontrão' entre o poder Legislativo e o Executivo”, afirmou Insulza, que nesta terça-feira presidirá uma reunião extraordinária do Conselho Permanente
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