EUA não consideram impeachment de Lugo como ruptura da democracia
Governo americano diz estar otimista com promessa de Federico Franco de convocar eleições em 2013
WASHINGTON - O governo americano admitiu ontem estar preocupado com a
rapidez do processo de impeachment de Fernando Lugo da Presidência do Paraguai,
mas não chegou a avaliar esse episódio como uma "ruptura da ordem democrática"
Washington. Ao contrário do Brasil e da Argentina, mostrou-se otimista com a
promessa do sucessor de Lugo, Federico Franco, de convocar as eleições
presidenciais de 2013.
Marcos Brindicci/Reuters
Federico Franco prometeu eleições em
2013
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Tribunal Eleitoral descarta possibilidade de antecipar pleito no Paraguai
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Tampouco consideram, neste momento, chamar seu embaixador em Assunção
para consultas no Departamento de Estado - o primeiro passo de um possível
rompimento de relações diplomáticas. Brasil, Argentina e Venezuela já adotaram a
medida.
"Nós estamos muito preocupados com a velocidade do processo de
impeachment no Paraguai. E notamos, nos comunicados (do novo governo do país),
que as eleições e a transição para o próximo governo ocorrerão conforme o
calendário", afirmou ontem Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de
Estado.
Nuland afirmou que os EUA não consideraram ter havido um golpe de
Estado no Paraguai, nos moldes tradicionais, mas estão abertos para as
avaliações contrárias. Suas resposta à imprensa indicaram a intenção do governo
de Barack Obama de não comprar uma nova briga com a América Latina, ao estilo da
travada há três anos em torno do golpe em Honduras.
A questão paraguaia será discutida hoje em sessão extraordinária do
Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), inicialmente
prevista para amanhã. "Queremos ver quanta unidade há na OEA sobre os próximos
passos", declarou.
Os EUA estão cientes da debilidade atual da OEA, especialmente depois dos esforços do governo brasileiro para fragilizá-la. Desde abril do ano passado, quando a Comissão Interamericana de Direitos Humanos condenou a obra da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, o governo Dilma Rousseff chamou o embaixador Ruy Casaes, chefe da missão do país na OEA para consultas em Brasília. A contribuição do país à entidade também continua suspensa.
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