Ditador Raúl Castro, agora, liga EUA à queda de Lugo
Cubano disse ainda que golpes voltaram à América Latina, mas 'disfarçados'
Em declarações dadas no aeroporto de Havana, onde foi se despedir do presidente da Bielo-Rússia, Aleksandr Lukashenko – que estava em Cuba desde domingo – o herdeiro político de Fidel Castro comparou a situação no Paraguai à do golpe sofrido pelo presidente chileno Salvador Allende em 1973.
"(O golpe no Chile) não foi planificado nem organizado por Augusto Pinochet", disse, Raúl, que ainda ressaltou o fato de que "ainda são confidenciais os documentos que mostrariam o papel representado pelos Estados Unidos através de seu então secretário de Estado, Henry Kissinger".
"Já naquela época o golpe de estado era um método tão desprestigiado que surgem outros mecanismos como o das liberdades democráticas e dos certificados de boa conduta promovidos por Washington", prosseguiu o ditador cubano, procurando associar o processo de impeachment sofrido por Lugo a uma ação orquestrada pelos EUA.
O governante afirmou ainda que os golpes de estado voltaram à América Latina "disfarçados". Segundo Raúl, os últimos eventos no continente não o surpreendem porque anos atrás ele mesmo previu, em uma conversa com seu irmão Fidel Castro, que "no dia em que os interesses dos EUA fossem ameaçados neste continente (América Latina), voltariam os golpes de estado, e voltaram, mas disfarçados".
No último sábado, através de uma declaração oficial, o governo de Cuba condenou "energicamente" o que qualificou como "golpe de estado parlamentar" no Paraguai e anunciou que a ilha não reconhecerá autoridade alguma "que não emane do sufrágio legítimo e do exercício da soberania por parte do povo paraguaio".
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