Franco diz que sua prioridade é evitar 'guerra civil' no Paraguai
Novo presidente do país afirma que relações com a comunidade internacional estão em segundo plano
Andrés Cristaldo/Efe
Franco após encontro com jornalistas
estrangeiros em Assunção hoje
Franco disse ainda que, na posição de vice-presidente, se não tivesse assumido após a destituição de Lugo pelo Senado na semana passada, haveria "um derramamento de sangue" porque, segundo ele, o país não está "em condições de ficar três ou quatro meses sem eleições".
"Sou responsável por garantir que não vai haver uma guerra civil" no país, disse, em encontro em Assunção com a imprensa estrangeira. Ele afirmou, contudo, que procura conseguir "boas relações" com o resto do mundo.
Sem vice-presidente
Ao ser questionado sobre a intenção de participar dos encontros do Mercosul e da Unasul, que ocorrem no final desta semana em Mendoza, Argentina, Franco disse que "não podemos participar de nenhum encontro nessas condições". Segundo o presidente, as reuniões "não me seduzem".
"Precisamos fazer com que o país esteja operante", disse, ao lembrar que o Paraguai segue sem vice-presidente e "em estado de expectativa". "O que eu menos faria agora seria me ausentar do meu país", declarou.
'Fatos mais que palavras'
Seu desafio, como afirmou na coletiva de imprensa, é demonstrar à comunidade internacional "com fatos, mais que com palavras, que este é um governo absolutamente democrático, constitucional, no qual prima o Estado de direito, com liberdade irrestrita".
Segundo o presidente, não há "nem policiais nem militares" nas ruas porque "tudo está normal". "Não podemos, neste momento, nos ocupar das relações internacionais sem antes nos ocuparmos de que tudo esteja normal", afirmou em seguida, segundo a Efe.
Segundo o líder, ele assumiu o poder para preencher o vazio deixado pela saída de Lugo, disse a Efe. Franco ainda enviou uma mensagem para o exterior, garantindo que o país vive em "absoluta normalidade", segundo a agência de notícias.
Encontro
Três parlamentares paraguaios e o presidente da Federação da Produção, Indústria e Comércio do país participaram em Brasília de almoço com representantes da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA). O objetivo, segundo os paraguaios, foi mostrar ao governo brasileiro que não houve golpe no país e que tudo foi feito dentro do que determina a Constituição.
O presidente da Comissão Constitucional do Senado, Miguel Saguier, lembrou que o sistema paraguaio não é igual ao brasileiro e que os parlamentares não podiam esperar três meses para tomar uma decisão. Além disso, afirmam, um representante da União de Nações sul-americanas (Unasul) já estava no Paraguai e tentaria fomentar uma rebelião nos quartéis. Por isso, tiveram que tomar rapidamente uma decisão.
Para o presidente da Federação da Produção, da Indústria e do Comércio do Paraguai, German Ruiz Aveiro, "espelharam por aí que houve golpe, e não houve". Segundo ele, não há problema de terras no país. "Os que querem trabalhar e produzir têm toda a oportunidade", afirmou.
Do lado brasileiro, participaram do encontro o presidente da Frente Parlamentar, deputado Homero Pereira (PSD-MT), e o deputado Waldemir Moka (PMDB-MS) entre outros.
Com Efe
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