Pular para o conteúdo principal

Supremo americano limita lei anti-imigração do Arizona


Órgão derruba partes mais duras, mas permite que polícia endureça fiscalização de leis.

WASHINGTON - Em uma decisão que deve agradar e desagradar parcialmente tanto republicanos como democratas de olho nas eleições presidenciais de novembro, a Suprema Corte americana limitou nesta segunda-feira o escopo de atuação dos Estados na questão da imigração ilegal.
Suprema Corte limita lei anti-imigração - Yuri Gripas/Reuters
 
Suprema Corte limita lei anti-imigração
Os juízes mantiveram a parte mais polêmica da lei do Arizona - a cláusula que permite ao Estado usar sua polícia para checar o status migratório de todas as pessoas - mas derrubou partes da legislação que tornavam ilegal para um imigrante procurar trabalho ou simplesmente estar no Estado, e permitiam à polícia prender, sem mandado, qualquer pessoa suspeita de ser "deportável".
A decisão limitou as ações do Estado, que está sob comando republicano, no combate à imigração ilegal. Deixou, no entanto, um de seus pontos mais polêmicos, o que permite que a polícia pare suspeitos de imigração ilegal e peça os seus documentos.
Organizações de direitos humanos e o governo federal, do presidente democrata Barack Obama, temem que isto cause discriminação policial contra hispânicos - mas a questão do "racial profiling", como esse tipo de discriminação é chamado em inglês, não estava no centro dos argumentos na Suprema Corte.
A disputa judicial girava em torno dos poderes dos Estados para legislar sobre imigração ilegal, um tema sobre o qual a lei federal tem proeminência. Com base nos argumentos, os juízes derrubaram a cláusula que tornava crime sob a lei estadual permanecer no Estado ilegalmente. Os juízes lembraram que a lei federal já regula sobre o tema e não deixa espaço para os Estados sequer elevarem o grau de implementação da lei que está acima.
A Corte também derrubou a cláusula que tornava crime estadual um imigrante ilegal procurar trabalho no Estado. Os juízes entenderam que se o Congresso escolheu não estabelecer um crime federal para isto, os legisladores do Arizona não podem passar por cima da instância mais alta.
Por fim, os magistrados rejeitaram a possibilidade de a polícia do Arizona prender sem mandado qualquer indivíduo suspeito de estar no Estado ilegalmente, novamente alegando que isto faz parte das atribuições federais.
Lenha na fogueira
A legislação do Arizona serviu de exemplo para a de outros Estados americanos, como Alabama, Geórgia, Indiana e Carolina do Sul. A sentença sobre ela deve colocar lenha na fogueira de um debate polêmico em ano eleitoral americano, o sobre imigração ilegal, e deve agradar e desagradar igualmente lados opostos.
O candidato republicano à Casa Branca, Mitt Romney, que está no Arizona para eventos de campanha, afirmou que "cada Estado tem o dever - e o direito - de garantir nossas fronteiras e preservar o Estado de Direito, particularmente quando o governo federal fracassa em manter suas responsabilidades".
Para o candidato republicano, a decisão do Supremo "destaca a necessidade de um presidente que exerça liderança neste assunto crucial, e trabalhe com os dois partidos para alcançar uma estratégia de imigração nacional".
Em nota, o governador do Estado, o republicano Jan Brewer, disse que o Supremo manteve o "coração" da lei e isso seria uma vitória para "todos os americanos que acreditam nos direitos e responsabilidades inatos dos Estados de defender seus cidadãos". Por outro lado, Brewer indicou que haverá punições "se a lei for usada de maneira a violar os direitos civis dos cidadãos".
Ao emitir a sentença, o Supremo americano destacou que a legislação proíbe que a polícia pare indivíduos "com base em raça ou país de origem" e que a decisão de abordar alguém deve ser conduzida de maneira consistente com as leis de imigração e de direitos civis.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p