Agências na Lava Jato tiveram R$ 969 mi de publicidade nos anos Dilma
FCB e Borghi Lowe, somadas, ficam no topo do ranking da propaganda federal no ano eleitoral
Outra agência, a Heads, relacionada a petistas do Paraná, cresceu 94% sob Dilma
As 2 agências citadas na Operação Lava Jato –FCB Brasil e Borghi Lowe, do grupo Interpublic– abocanharam a maior parcela do cobiçado bolo publicitário da União de 2011 a 2014. Somadas, foram responsáveis por R$ 969 milhões usados para veicular propagandas da Caixa Econômica, da Petrobras e da BR Distribuidora e do Ministério da Saúde.
Nos 4 anos de Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, a FCB Brasil teve contas publicitárias federais num total de R$ 136 milhões. No mesmo período, a Borghi Lowe ficou responsável por R$ 833 milhões. A Borghi Lowe trocou de nome em 20.mai.2015 e agora se chama Mullen Lowe, após uma fusão global entre a Mullen e a Lowe.
A divulgação dessas cifras é inédita. Trata-se do valor que as agências recebem do governo para comprar espaço publicitário em veículos de comunicação. Os dados foram obtidos pelo Blog por meio de requerimento usando a Lei de Acesso à Informação.
Não há como saber exatamente o faturamento dessas agências por conta da criação e produção das propagandas. Esse dado não é divulgado pelo governo de maneira transparente e detalhada. No mercado publicitário, entretanto, estima-se que em contas estatais, as agências faturem (cobrando do órgão para o qual trabalham) de 20% a 30% do total que gastam na veiculação dos comerciais. A média da margem de lucro seria 25%.
Ou seja, a FCB Brasil e Borghi Lowe podem ter registrado um faturamento de R$ 242 milhões durante os anos Dilma.
A FCB Brasil é citada na Lava Jato por ter sido acusada de pagar R$ 311 mil a uma empresa fantasma do ex-deputado federal André Vargas (PR) em 26 de fevereiro de 2014. Esse pagamento teria ocorrido 3 semanas depois de essa agência ganhar um contrato de R$ 110 milhões da Petrobras.
Já o ex-diretor geral da Borghi Lowe em Brasília, Ricardo Hoffmann, é acusado de destinar 10% do valor dos contratos de publicidade com a Caixa para empresas de fachada de Vargas e de seu irmão, Leon, segundo a Polícia Federal.
André Vargas tinha mandato de deputado federal pelo PT do Paraná até ser cassado em 10.dez.2014. Em 10 de abril de 2015, ele foi preso sob acusação de envolvimento em casos de corrupção apurados pela Operação Lava Jato.
Ricardo Hoffmann estaria por trás dos 2 esquemas e foi detido em 10 de abril deste ano durante a 11ª fase da Operação Lava Jato. Hoffmann decidiu fazer delação premiada para minimizar sua eventual pena. Ele havia sido demitido da Borghi Lowe no final de 2014, após uma investigação interna da empresa.
A FCB Brasil ostenta outro recorde da propaganda no governo dilmista. Foi a agência que mais ampliou o controle de contas publicitárias da União no período. Saiu de R$ 7,3 milhões, em 2011, para R$ 105 milhões em 2014 –alta de 1.323%.
Outra agência de desempenho notável é a Heads, do Paraná. Presta serviços à Petrobras, à Caixa e ao Ministério do Trabalho. O valor recebido da União pulou de R$ 138 milhões para 269 milhões no primeiro mandato Dilma –alta de 94%. A Heads costuma ser relacionada a petistas.
André Vargas chegou a dizer que a Heads seria um “esquema” da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, segundo publicado pela revista “Veja”. Gleisi diz conhecer Cláudio Loureiro, presidente da Heads, mas que nunca o ajudou a obter contratos com o poder público. O presidente da Heads, Claudio Loureiro, enviou carta à revista afirmando que a citação “não corresponde à realidade”.
Contatadas pelo Blog, a FCB Brasil afirmou que tomou “ações corretivas'' com relação ao pagamento a uma empresa fantasma de André Vargas, que define como “fato único e isolado''. A Borghi Lowe diz que desligou Ricardo Hoffmann de seus quadros e está “cooperando ativamente com as investigações em andamento''
Outras agências que se deram bem com contratos com a União foram a Giacometti, contratada pelo Banco do Brasil, BNDES e Embratur, que registrou alta de 223% no controle de verbais publicitárias federais, e a Lew, Lara\TBWA, também do Banco do Brasil, que expandiu os negócios em 167% no governo Dilma.
Abaixo, a tabela das 20 agências que mais receberam verbas da União no período (clique na imagem para ampliar):
Outra agência, a Heads, relacionada a petistas do Paraná, cresceu 94% sob Dilma
As 2 agências citadas na Operação Lava Jato –FCB Brasil e Borghi Lowe, do grupo Interpublic– abocanharam a maior parcela do cobiçado bolo publicitário da União de 2011 a 2014. Somadas, foram responsáveis por R$ 969 milhões usados para veicular propagandas da Caixa Econômica, da Petrobras e da BR Distribuidora e do Ministério da Saúde.
Nos 4 anos de Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, a FCB Brasil teve contas publicitárias federais num total de R$ 136 milhões. No mesmo período, a Borghi Lowe ficou responsável por R$ 833 milhões. A Borghi Lowe trocou de nome em 20.mai.2015 e agora se chama Mullen Lowe, após uma fusão global entre a Mullen e a Lowe.
A divulgação dessas cifras é inédita. Trata-se do valor que as agências recebem do governo para comprar espaço publicitário em veículos de comunicação. Os dados foram obtidos pelo Blog por meio de requerimento usando a Lei de Acesso à Informação.
Não há como saber exatamente o faturamento dessas agências por conta da criação e produção das propagandas. Esse dado não é divulgado pelo governo de maneira transparente e detalhada. No mercado publicitário, entretanto, estima-se que em contas estatais, as agências faturem (cobrando do órgão para o qual trabalham) de 20% a 30% do total que gastam na veiculação dos comerciais. A média da margem de lucro seria 25%.
Ou seja, a FCB Brasil e Borghi Lowe podem ter registrado um faturamento de R$ 242 milhões durante os anos Dilma.
A FCB Brasil é citada na Lava Jato por ter sido acusada de pagar R$ 311 mil a uma empresa fantasma do ex-deputado federal André Vargas (PR) em 26 de fevereiro de 2014. Esse pagamento teria ocorrido 3 semanas depois de essa agência ganhar um contrato de R$ 110 milhões da Petrobras.
Já o ex-diretor geral da Borghi Lowe em Brasília, Ricardo Hoffmann, é acusado de destinar 10% do valor dos contratos de publicidade com a Caixa para empresas de fachada de Vargas e de seu irmão, Leon, segundo a Polícia Federal.
André Vargas tinha mandato de deputado federal pelo PT do Paraná até ser cassado em 10.dez.2014. Em 10 de abril de 2015, ele foi preso sob acusação de envolvimento em casos de corrupção apurados pela Operação Lava Jato.
Ricardo Hoffmann estaria por trás dos 2 esquemas e foi detido em 10 de abril deste ano durante a 11ª fase da Operação Lava Jato. Hoffmann decidiu fazer delação premiada para minimizar sua eventual pena. Ele havia sido demitido da Borghi Lowe no final de 2014, após uma investigação interna da empresa.
A FCB Brasil ostenta outro recorde da propaganda no governo dilmista. Foi a agência que mais ampliou o controle de contas publicitárias da União no período. Saiu de R$ 7,3 milhões, em 2011, para R$ 105 milhões em 2014 –alta de 1.323%.
Outra agência de desempenho notável é a Heads, do Paraná. Presta serviços à Petrobras, à Caixa e ao Ministério do Trabalho. O valor recebido da União pulou de R$ 138 milhões para 269 milhões no primeiro mandato Dilma –alta de 94%. A Heads costuma ser relacionada a petistas.
André Vargas chegou a dizer que a Heads seria um “esquema” da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, segundo publicado pela revista “Veja”. Gleisi diz conhecer Cláudio Loureiro, presidente da Heads, mas que nunca o ajudou a obter contratos com o poder público. O presidente da Heads, Claudio Loureiro, enviou carta à revista afirmando que a citação “não corresponde à realidade”.
Contatadas pelo Blog, a FCB Brasil afirmou que tomou “ações corretivas'' com relação ao pagamento a uma empresa fantasma de André Vargas, que define como “fato único e isolado''. A Borghi Lowe diz que desligou Ricardo Hoffmann de seus quadros e está “cooperando ativamente com as investigações em andamento''
Outras agências que se deram bem com contratos com a União foram a Giacometti, contratada pelo Banco do Brasil, BNDES e Embratur, que registrou alta de 223% no controle de verbais publicitárias federais, e a Lew, Lara\TBWA, também do Banco do Brasil, que expandiu os negócios em 167% no governo Dilma.
Abaixo, a tabela das 20 agências que mais receberam verbas da União no período (clique na imagem para ampliar):
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