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Grécia encontra dificuldades para chegar a acordo com credores

País enfrenta incertezas nas negociações para liberar auxílio financeiro depois que o FMI considerou insuficiente o aumento de impostos proposto pelo governo grego

Manifestantes carregam uma bandeira grega durante um comício em frente ao edifício do parlamento em Atenas pedindo ao governo para fechar um acordo com seus credores internacionais e garantir o futuro da Grécia na zona do euro - 22/06/2015
Manifestantes carregam uma bandeira grega durante um comício em Atenas pedindo ao governo para fechar um acordo com seus credores internacionais (Reuters)
As negociações para evitar um calote da dívida grega não avançaram nesta quarta-feira e ministros das Finanças da zona do euro acusaram a Grécia de não querer se comprometer, apesar do prazo da próxima semana que pode colocar o país rumo à saída do euro. A Grécia e seus sócios da zona do euro tentam fechar um acordo de reformas e ajustes. O objetivo é desbloquear uma parcela de 7,2 bilhões de euros de que Atenas precisa para evitar a moratória no dia 30 de junho, quando deve pagar ao FMI cerca de 1,5 bilhão de euros. Líderes da União Europeia (UE) devem voltar a se reunir na quinta-feira.
Nesta quarta-feira, credores internacionais exigiram mudanças nas propostas de reforma e tributação apresentadas pelo primeiro-ministro grego, criando novas incertezas nas negociações para liberar auxílio financeiro e evitar o calote grego na semana que vem. Tsipras passou toda a tarde em reunião com os líderes da Comissão Europeia, do Fundo Monetário Internacional, do Banco Central Europeu e com ministros das Finanças da zona do euro, mas autoridades disseram que não houve avanço.
"Infelizmente, nós ainda não chegamos a um acordo, mas estamos determinados a continuar trabalhando, este trabalho vai avançar durante a noite, se necessário", disse a jornalistas o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem.
Ministros mostraram irritação por serem chamados para Bruxelas novamente apenas para esperar enquanto Atenas, o elo mais fraco dos 19 países que usam o euro, resistia a medidas sugeridas por seus credores como essenciais para equilibrar suas finanças públicas.
Entre os pontos que bloqueia o acordo é a insistência da Grécia em obter a reestruturação da dívida em mãos do Banco Central Europeu (BCE), pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade, o fundo de resgate da zona do euro. Isso permitiria obter juros e condições mais interessantes, segundo o ministro austríaco Hans-Jörg Schelling. "Para muitos países, é um terceiro programa (de assistência) disfarçado", ressaltou.
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Antes da reunião de autoridades de Finanças, o ministro alemão Wolfgang Schaeuble afirmou que os preparativos para buscar o acordo não são suficientes para que os envolvidos chegem a um acordo. Antes de deixar Atenas, Tsipras criticou a posição de "certos" credores - um golpe ao FMI - classificando-a de estranha por rejeitarem medidas fiscais que Atenas apresentou para diminuir o déficit orçamentário. "Essa atitude estranha parece indicar que ou não há interesse em um acordo ou que interesses especiais estão sendo tratadosa", disse Tsipras em sua conta no Twitter.
A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, detalhou suas objeções à proposta gregas de aumentar impostos para reduzir um enorme déficit orçamentário em uma entrevista divulgada nesta quarta-feira. Segundo ela, não há garantias de que o aumento proposto ajude a combater o déficit. "Não se pode construir um programa apenas sobre a promessa de maior arrecadação, como ouvimos nos últimos cinco anos com muito pouco resultado", disse ela à revista francesa Challenges.
Uma autoridade da UE a insistiu que as conversas não haviam entrado em colapso e disse que a troca de propostas faz parte da negociação. Mas uma autoridade grega afirmou que o documento de cinco páginas dos credores - cheio de palavras riscadas e sublinhadas em vermelho - difere pouco da oferta inicial de 3 de junho e leva pouco em consideração as propostas de Atenas.
(Com agência Reuters)

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