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Supremo homologa delação do empreiteiro Ricardo Pessoa

Dono da UTC é apontado pelos investigadores como o chefe do "clube do bilhão" – ele deve trazer novas informações a inquérito contra políticos

Presidente da construtora UTC, empresário Ricardo Pessoa chega a Superintendência da Polícia Federal no bairro da Lapa, Zona Oeste de São Paulo - 14/11/2014
Presidente da construtora UTC, empresário Ricardo Pessoa chega a Superintendência da Polícia Federal no bairro da Lapa, Zona Oeste de São Paulo - 14/11/2014
O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), homologou nesta quinta-feira o acordo de delação premiada firmado pela Procuradoria-Geral da República com o dono da UTC, Ricardo Pessoa, em 13 de março, em troca de um abrandamento de pena. Pessoa é apontado pelos investigadores como o chefe do "clube do bilhão", cartel de empreiteiras que combinava preços de licitação na Petrobras e desviava recursos para o pagamento de vantagens indevidas a ex-diretores e parlamentares.
A delação do empreiteiro deve reforçar indícios de envolvimento de políticos já investigados na Operação Lava Jato e também para que novos inquéritos sejam abertos. Entre os citados, está o senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, que já havia sido mencionado por outros delatores da Lava Jato. Lobão é alvo de inquérito no STF por suspeita de solicitar recursos para a campanha da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB).
A delação de Ricardo Pessoa tem cerca de oitenta páginas e faz menção a outros nomes já investigados na Lava Jato. De acordo com fontes ligadas à investigação, o empreiteiro citou, por exemplo, o senador peemedebista Romero Jucá (PMDB-RR). O nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com fontes que acompanham o caso, chegou a ser citado no curso dos depoimentos, mas as menções a ele teriam sido apenas superficiais.
Conforme VEJA revelou, o empreiteiro disse a pessoas próximas que pagou despesas pessoais do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e deu 30 milhões de reais, em 2014, a candidaturas do PT, incluindo a campanha presidencial de Dilma Rousseff - tudo com dinheiro desviado da Petrobras. Pessoa também garantiu ter na memória detalhes da participação dos ministros Jaques Wagner (Defesa) e Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social), tesoureiro da campanha de Dilma em 2014, na coleta de dinheiro para candidatos petistas. "O Edinho está preocupadíssimo", escreveu num bilhete, em tom de ameaça, ainda no início de sua temporada na cadeia, em Curitiba. Atualmente Ricardo Pessoa cumpre prisão domiciliar em São Paulo.
(com Estadão Conteúdo)

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