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Sem obras, PIB da construção civil deve cair 8,6% em 2015

Resultado esperado é reflexo do enfraquecimento da economia e da queda nos investimentos de infraestrutura em um ano de crise financeira

Construção civil
Nos últimos 12 meses, o setor fechou 274 mil vagas de emprego formal.
O enfraquecimento da economia e a queda nos investimentos de infraestrutura, aliados aos efeitos da Operação Lava Jato, têm arrastado o setor da construção civil para uma onda de demissões em massa, recuperação judicial e inadimplência. Até o fim do ano, se não houver nenhuma reversão, o setor deverá amargar uma queda de 8,6% do Produto Interno Bruto (PIB) - o pior dos últimos 13 anos.
"Sem dúvida, o resultado terá impacto no crescimento econômico do país. Se nada acontecer, poderemos sair de uma recessão para uma depressão", afirma o economista Gesner Oliveira, sócio da GO Associados, responsável pelo Boletim Trimestral da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop). Ele explica que, num quadro de depressão, a queda na taxa de crescimento do Brasil é acompanhada da desmobilização do parque produtivo. "E é o que está começando a ocorrer, com empresas fechando as portas", afirma o presidente da Apeop, Luciano Amadio.
Nos últimos 12 meses, o setor fechou 274.000 vagas de emprego formal. Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que considera empregos formais e informais, o setor já demitiu 609.000 pessoas em um ano. Nada garante que esse movimento será interrompido em breve. Pelo contrário, a expectativa é que continue nesse ritmo, pois não há novas obras para dar impulso ao caixa das empresas, afirmam os representantes da Apeop.
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Além do ajuste fiscal, que derrubou os investimentos públicos em infraestrutura, poucos projetos do novo pacote de concessão, recém-lançado pelo governo federal, deverão sair do papel neste ano. Junta-se a isso o recuo nas atividades do governo de São Paulo. Pelos dados do Boletim Trimestral da Apeop, no ano passado, o investimento total do governo paulista caiu 16% no ano passado.
"Neste momento de crise, São Paulo deveria assumir um papel de protagonismo para ajudar o país a atravessar a crise. Mas o que vemos são vários projetos parados e nenhuma iniciativa para incrementar os investimentos", reclama Luciano Amadio. Numa pesquisa feita pela GO Associados, 93% das empresas afirmaram que houve redução nas licitações paulista do primeiro semestre de 2015. Outras 33% afirmaram que houve algum tipo de atraso nos pagamentos.
De acordo com a associação, algumas iniciativas do governo do Estado poderiam acelerar os investimentos em infraestrutura, como a concessão de linhas de trens metropolitanos da CPTM, pátios de estacionamento e reforma, ampliação e modernização de escolas de ensino fundamental, entre outras alternativas. "Esses ativos seriam de interesse do setor privado por causa do baixo risco de demanda a eles associados", aponta o relatório da GO Associados.
Pesquisa - A falta de perspectiva de novas obras tem abalado a confiança dos empresários. Para 59% das empresas entrevistadas no setor, as expectativas da economia nacional para os próximos três meses pioraram muito desde o primeiro trimestre. O mesmo sentimento foi transferido para dentro das empresas. No fim do ano passado, 18% das companhias acreditavam que as receitas diminuiriam neste ano. Agora 48% acreditam que o faturamento vai cair.
Para 56% delas, os investimentos serão reduzidos nos próximos 12 meses. "A única variável que pode impedir que o país entre numa depressão é o investimento. Portanto, acelerar as concessões neste momento será uma decisão estratégica", afirma Gesner Oliveira. "É preciso proteger o investimento e reduzir o custeio."
(Com Estadão Conteúdo)

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